03/08/2021 às 17h00min - Atualizada em 03/08/2021 às 17h00min

Metade da indústria tem nível de produção abaixo do pré-pandemia, diz IBGE

Com o desempenho do mês de junho, duas das quatro categorias econômicas e 14 dos 26 ramos da indústria brasileira estão com patamar de produção abaixo do pré-pandemia, em fevereiro de 2020, segundo a Pesquisa Industrial Mensal – Produção Física (PIM-PF), divulgada nesta terça-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Na média, a indústria geral encontra-se no mesmo nível de produção daquele mês.

Entre as categorias econômicas, os bens de consumo duráveis estão com o nível de produção 14,8% abaixo de fevereiro de 2020, sob influência principalmente dos veículos automotores, reboques e carrocerias (-15,9%). A outra atividade que também não recuperou o patamar pré-pandemia foi a de bens de consumo semi e não duráveis (-7,6%).

Na outra ponta, já superaram o patamar pré-pandemia a indústria de bens de capital (+16%) e a de bens intermediários (+1,5%).

Quando se considera o ponto mais alto da série histórica da pesquisa, no entanto, todas as quatro categorias econômicas encontram-se abaixo dele, embora em intensidades diferentes: bens de consumo duráveis (-37,8%, em junho de 2013), bens de consumo semi e não duráveis (-16,4%, em junho de 2013), bens de capital (-25,4%, em setembro de 2013) e bens intermediários (-15%, em fevereiro de 2011).

Na análise dos ramos da indústria, chamam atenção, além do setor automobilístico, confecção de artigos do vestuário e acessórios (-15,9%), manutenção, reparação e instalação de máquinas e equipamentos (-10,5%), móveis (-9,2%) e produtos têxteis (-7,2%) como os de pior situação frente ao patamar pré-pandemia.

Já no lado positivo, máquinas e equipamentos (23,1%), outros equipamentos de transporte (16,6%), produtos de minerais não-metálicos (14%) e metalurgia (12,7%) são os destaques em recuperação do nível de produção.

Matérias-primas

A falta de matéria-prima tem sido uma das principais justificativas para a redução do ritmo de produção ou para a paralisação das atividades pelos informantes da Pesquisa, segundo seu gerente, André Macedo. Não há informações, segundo ele, sobre processo de formação de estoques, que ajudou em alguns momentos do ano passado na recuperação da indústria.

“O que a gente observa a partir de relatos dos informantes é a informação de dificuldade de acesso a matérias-primas. Isso permeia diferentes segmentos industriais, e ajuda muito a entender essa redução de ritmo. Inclusive alguns justificam muito a redução da produção do mês ou as paralisações com a dificuldade de acesso a matéria-prima”, diz ele.

De acordo com Macedo, as estatísticas disponíveis e até as mais individualizadas nos segmentos industriais mostram os estoques em nível “adequado”. “Não tem formação de estoques, não tem nada acima do padrão desejado”, afirma.

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