Após militantes bolsonaristas invadirem e depredarem o Congresso Nacional, o Supremo Tribunal Federal (STF) e o Palácio do Planalto, o ministro Alexandre de Moraes afastou o Ibaneis Rocha, durante 90 dias, do posto de governador do Distrito Federal.
O Governo do Distrito Federal é o responsável pela segurança pública de Brasília. O governador afastado é acusado de ter sido omisso na prevenção da tentativa de golpe de estado que o grupo tentou realizar.
Cerca de 4 mil pessoas de todas as regiões do país, que chegaram em 100 ônibus, iniciaram uma passeata pacífica contra a posse e manutenção do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no poder.
Sem qualquer resistência, eles invadiram o STF, o Congresso e o Palácio do Planalto e destruíram infraestrutura, móveis, equipamentos, obras de arte, documentos e levaram armas que estavam na sede do Gabinete de Segurança Institucional.
No final do dia, o presidente Lula emitiu um decreto e interveio na Secretaria de Segurança Pública do Distrito até o dia 31 de janeiro, nomeando para o posto Ricardo Capelli, homem de confiança do ministro da Justiça, Flávio Dino.
A Ministra presidente do STF, Rosa Weber, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP), do Senado Federal, Ricardo Pacheco repudiaram o que classificam como uma tentativa de golpe de estado.
Entidades da sociedade civil também repudiaram as cenas de vandalismo e destruição da sede do governo federal. Presidentes de países vizinho, como a Argentina, Colômbia e Peru, se solidarizaram e insinuaram até mesmo enviar ajuda, caso necessário.
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, e o presidente da França, Emanuel Macron, condenaram os atos e se colocaram ao lado do presidente Lula.
Acampamento
A avaliação no governo e nos outros poderes é que a manifestação foi meticulosamente preparada para se transformar em tentativa de golpe de Estado.
O presidente Lula, ainda em Araraquara (SP), onde foi ver estragos de chuvas que atingiram a cidade, disse que "os manifestantes foram financiados por empresários desonestos" e que não querem ver suas políticas pública e sociais implantadas.
Repressão
Segundo informações da Polícia de Brasília, perto de 300 pessoas foram presas e levadas para a sede das instituições. Parte delas, após depoimentos, deve ser levada para o Complexo Penitenciário da Papuda.
Acampamento
Após as manifestações, os grupos retornaram para a frente do Quartel General. O número de barracas aumentou. A PM de Brasília chegou a cercar o local para retirar os bolsonaristas, mas homens do Exército impediram.
Segundo o ministro José Mucio, da Defesa, o Exército quer evitar confronto e promete acabar com os acampamentos, estrangulando a infraestrutura e obrigando a saída voluntária. Ainda no domingo, o Exército impediu a entrada de carros na região. A PM de Brasília também cerca de área.
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) condenou os atos de violência e depredação, mas os comparou com as ações violentas promovidos pela esquerda. Bolsonaro se pronunciou após sugestões que ele seja indiciado por incentivar a tentativa de golpe. Deputados norte-americanos estão propondo que ele seja convidado a deixar o país.
Após os distúrbios em Brasília, manifestantes fecharam quatro rodovias importantes. Uma delas, a Anhanguera. Entidades empresarias estão preocupadas com o impacto que essas ações podem provocar na economia.
A Polícia Federal havia identificado pelo menos 7 financiadores dos atos e já faz buscas para deter o grupo. Segundo os investigadores, outros empresários estão sendo identificados. Eles teriam financiado os ônibus e alimentação.
Da Redação