02/08/2021 às 20h00min - Atualizada em 02/08/2021 às 20h00min

Após discurso de Fux, Bolsonaro mantém ataques e diz que não “abaixa a cabeça”

O presidente Jair Bolsonaro renovou os ataques a ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e ao sistema eleitoral do país na tarde desta segunda-feira, minutos após o presidente da Corte, Luiz Fux, reagir a suas ameaças. Em cerimônia no Ministério da Cidadania, Bolsonaro disse que não tem de “abaixar a cabeça” a quem é contra o voto impresso e que o “inimigo está aí”.

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“Repito publicamente: nós temos que ter eleições limpas, eleições democráticas, que possam ser auditadas”, sustentou. “Alguém tem dúvida de que outros países têm interesse no Brasil, nesta grande fazenda? Alguns governadores se comportam como grandes capachos. ‘Ah, tem que ter cautela, cuidado com as palavras...’ O inimigo está aí!”, bradou.

Momentos antes, ao abrir os trabalhos do semestre no Judiciário, Fux aproveitou para mandar recados a Bolsonaro, que dias antes chegou a colocar em xeque a realização das eleições caso o voto impresso não seja implementado.

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O presidente do STF cobrou respeito às instituições, afirmou que a Corte está atenta “aos ataques de inverdades” e que harmonia e independência entre os Poderes não significa “impunidade de atos que exorbitem o necessário respeito às instituições”.

Sem citar o nome do ministro Luís Roberto Barroso, ministro do STF e presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Bolsonaro voltou a atacá-lo. Barroso é contrário à proposta defendida por Bolsonaro de criar um modelo de impressão do voto.

“Por que um não quer o voto democrático nós temos que abaixar a cabeça? Estão com medo de quê?”, afirmou Bolsonaro. Na sua discurso, Bolsonaro ainda disse que Barroso “fez a cabeça” de lideranças partidárias.

Recentemente, ao menos 11 partidos, incluindo siglas da base aliada do governo, declararam que não vão apoiar a proposta em debate no Congresso. Neste momento, o projeto não teria votos suficientes para ser aprovado, segundo declarou na semana passada o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL).

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