02/08/2021 às 15h00min - Atualizada em 02/08/2021 às 15h00min

Após estresse, dólar opera em queda com Selic e fluxo no radar

Passado o forte estresse que dominou o humor dos mercados locais no fim da semana passada, o dólar opera em forte queda contra o real nesta segunda-feira, no momento em que os agentes retiram um pouco do prêmio de risco colocado no câmbio e observam outros fatores. O rumo da taxa básica de juros e a perspectiva de fluxo com ofertas públicas iniciais (IPOs) à frente dão apoio à valorização do real, além de um cenário externo positivo diante da queda global do dólar. Às 13h25, a moeda americana era negociada a R$ 5,1291, em queda de 1,55% no mercado à vista.

A disparada do dólar na sexta-feira diante dos ruídos políticos envolvendo o Bolsa Família fora do teto de gastos e o pagamento de precatórios é parcialmente revertida nesta segunda-feira, no momento em que os agentes voltam a se atentar à perspectiva de fluxo e à Selic mais alta. O diretor de investimentos da TAG, Dan Kawa, diz acreditar que os ruídos políticos recentes sejam “mais uma tentativa de ‘ventilar’ medidas para sentir o humor da sociedade e do mercado” e, assim, para ele, a reação negativa dos preços dos ativos “deve frear a evolução do tema”.

“Obviamente, estamos vivendo em um momento de fragilidade política e não podemos minimizar ou ignorar qualquer risco nessa frente”, escreve Kawa. Ele, contudo, diz que continua a ver uma boa relação entre risco e retorno, estruturalmente, em valuations atrativos e acredita que o câmbio deve se manter dentro da banda entre 5,0 e 5,5 reais por dólar a maior parte do tempo.

Cabe apontar que, além de uma correção após o estresse da semana passada, o mercado também avalia a perspectiva de fluxo, no momento em que se aproxima o IPO da Raízen. Além disso, a perspectiva de uma Selic em níveis mais altos continua a ser precificada. Hoje, os economistas do UBS BB passaram a projetar uma elevação de 1 ponto percentual na Selic e agora acreditam que a taxa básica chegará a 8% até o fim do atual ciclo de alta de juros.

O cenário externo favorável a risco também contribui com a queda forte do dólar, em um momento no qual as dúvidas quanto ao ritmo de crescimento econômico dos Estados Unidos se acumulam. Hoje, o índice de atividade do setor industrial americano, medido pelo ISM, frustrou os agentes do mercado ao cair em julho e ficar um pouco abaixo do esperado.

O índice DXY, que mede o desempenho do dólar contra uma cesta de outras seis moedas fortes, caía 0,22%, para 91,97 pontos no horário acima. Além disso, em outros mercados emergentes, o dólar recuava 0,16% contra o peso mexicano; tinha queda de 0,24% em relação ao rublo russo; cedia 1,27% na comparação com o rand sul-africano; e baixava 1,01% ante a lira turca.

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