A confiança dos empresários dos principais setores da economia brasileira voltou a aumentar em julho e de forma generalizada entre os 49 segmentos pesquisados pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV/Ibre).
Segundo a instituição, o Índice de Confiança Empresarial (ICE) subiu 3,1 pontos em julho, para 101,9 pontos, o maior nível desde junho de 2013. Foi a quarta alta consecutiva do indicador, que consolida os índices dos quatro setores cobertos pelas sondagens produzidas pela FGV Ibre: indústria, serviços, comércio e construção.
“O ICE rompe em julho a barreira de neutralidade dos 100 pontos com alta de confiança nos quatro grandes setores pesquisados. Apesar do número agregado favorável, percebe-se ainda bastante heterogeneidade nos resultados. No setor de serviços, a percepção sobre a situação atual continua fraca, mas a boa notícia é o retorno do otimismo em relação aos próximos meses em segmentos como alojamento e alimentação, dois dos que vêm sofrendo mais durante a pandemia”, afirma, em nota, Aloisio Campelo Jr., superintendente de Estatísticas do FGV Ibre.
A confiança do comércio ultrapassou os 100 pontos com avaliações muito favoráveis sobre o presente em segmentos como materiais de construção e veículos, motos, partes e peças, e mais fracas nos super e hipermercados.
A indústria, setor com desempenho mais consistente nos últimos meses, continua enfrentando problemas no abastecimento de importantes insumos.
Houve alta dos indicadores componentes nos dois horizontes de tempo, com destaque para o índice que reflete expectativas em relação ao futuro próximo. O Índice de Situação Atual Empresarial (ISA-E) subiu 1,6 ponto, para 99,7 pontos, maior nível desde outubro de 2013. Já o Índice de Expectativas (IE-E) subiu 3,0 pontos, para 103,9 pontos, maior nível desde junho de 2013.
Todos os grandes setores que integram o ICE registraram alta no mês, com destaque para a melhora das expectativas de curto prazo. Esta é também a primeira vez em que todos os setores registram índices superiores aos do período pré-pandemia, algo até então alcançado somente pela indústria.
A confiança empresarial aumentou em 73% dos 49 segmentos integrantes do ICE em julho, ante 82% do mês passado. Entre os grandes setores, apenas indústria tem disseminação de alta da confiança inferior a 50%.