Em setembro, o agronegócio brasileiro se aproximou de exportar R$ 14 bilhões. Foi o maior valor exportado para um mês de setembro. Alta de 38% na comparação com o mesmo mês de 2021.
O coordenador-geral de Estatística e Análise Comercial do Ministério da Agricultura, Gustavo Cupertino, atribui esse resultado a dois fatores. “O principal elemento que vem influenciando todo o comportamento das exportações é o fator preço. O índice de preços, comparando mês a mês, teve uma alta de 17,2%, comparando setembro de 2022 o setembro de 2021. Porém, nesse mês, também houve um aumento expressivo do volume de 18,1%. A gente pode atribuir praticamente esse crescimento em volume, às exportações recorde de milho.”
Soja, carne e cereais
A soja é o principal produto do agronegócio brasileiro para a exportação. Grão e derivados tiveram alta de 24% em setembro. Somaram quase 4 bilhões de dólares em exportação. A venda de carne para outros países subiu 11% e passou dos 2 bilhões e 400 milhões de dólares. Esse valor também foi um recorde para o mês. A exportação dos setores de cereais, como o milho; produtos florestais, como a celulose; e sucroalcooleiro, acompanharam a tendência de crescimento.
Entre as importações, o Brasil comprou pouco mais de 2 bilhões de dólares em fertilizantes, no mês passado. É um valor 14% maior que em setembro de 2021. Apesar disso, a quantidade de fertilizantes comprada caiu 22%.
O coordenador do Ministério da Agricultura, Gustavo Cupertino, avaliou que o conflito na Ucrânia teve impacto pontual nas exportações brasileiras. “A guerra tirou de imediato um fornecedor importante agrícola, que é a Ucrânia, e trouxe muita dúvida em relação à capacidade e oferta internacional de diversos produtos, como o próprio milho, o trigo, os óleos vegetais, que foram os que tiveram o principal impacto. Isso por a Ucrânia ser o principal exportador mundial de óleo de girassol, por exemplo”.
Ele continua: “no caso do milho, isso fica muito evidente, porque se a gente for raciocinar, o milho tem quatro grandes exportadores mundiais que são Brasil, Estados Unidos, Argentina e Ucrânia. No momento em que você tira um deles, isso tem reflexo imediato nos preços.”
Nos nove primeiros meses do ano, o Brasil exportou 122 bilhões de dólares. Esse valor já é maior que a soma de todo o ano passado, que fechou em 120 bilhões de dólares. A expectativa do governo é que este ano termine com um novo recorde de exportações, ainda sentindo os efeitos do cenário internacional no agronegócio.
Da Redação, com Rádio Nacional.