Novembro se aproxima e, com ele, volta à pauta nos veículos de comunicação de massa, as mudanças climáticas no planeta. A Conferência do Clima 2022 (COP27) será em Sharm El-Sheikh, no Egito. Esta reunião será fundamental para iniciar uma segunda etapa para implantar o que foi definido até aqui. Tirar as regras e acordos do papel, concretizar as metas já definidas, são o maior obstáculo para os avanços necessários, e ainda factíveis, para evitar o aquecimento do planeta em mais 1,5º graus centígrados, como foi pactuado.
A grande dificuldade de sair do discurso e passar à ação são as fontes de financiamento. Sair do livro das regras concluído em Glasgow, na Escócia, e colocar em prática o Acordo de Paris. Para isso, é necessário a fonte de financiamento. Não se constrói políticas públicas transnacionais sem dinheiro. Os países ricos se comprometeram a bancar as ações, e os países em desenvolvimento, a atuar com recursos próprios ou materiais e logísticos que detêm, nos seus territórios. No entanto, os grupos não avançam.
Discutir a implementação, por outro lado, não significa definir as fontes de financiamento. Texto publicado no site especializado em clima, Um Só Planeta, Stela Herschmann, especialista em política climática do Observatório do Clima, diz que o assunto causa tensão. “A implementação é, basicamente, discutir de onde virá o dinheiro para os países implementarem, principalmente para as nações em desenvolvimento”, afirmou na reunião em Bonn, Alemanha, o qual é uma fase da organização da CPO27, Egito.
Há 30 anos que as Cúpulas discutem esse ponto. É assim Na COP15, em Copenhagen, em Copenhagen, Suécia, em 2009, os países ricos se comprometeram a criar um fundo de US$100 bilhões por ano até 2020. Nada foi feito. Foi definida nova data para que ele seja criado: 2025. O Banco Mundial, revelou que em 2021 investiu US$26 bilhões no clima. Entre 2016 e 2020, a instituição afirma que foram US$ 109 bilhões em investimento climático. Foi uma decisão do Plano de Ação para a Mudança Climática do Banco Mundial para a redução de emissões de gases que provocam o aquecimento global.
Stela Herschmann diz que “quando a gente fala que está migrando para a fase de implementação, vem a reboque a questão do dinheiro, e o dinheiro pesa na questão da implementação. Implementar não é mais só colocar a promessa na emergente, de seus lados, não fazem aquilo que podem como o combate às queimadas e a busca por fontes de energias limpas.’’
Esse ponto está sendo colocado como pauta pelos egípcios responsáveis pela COP27 naquele país. Para eles, o tempo que o planeta tinha para se dedicar apenas a pensar o que deve ser realizado, terminou. Para o bem de todos, os compromissos impressos precisam começar a se materializar e a transformar as atuais condições objetivas. Eliminar os combustíveis fósseis por uma matriz energética limpa, pôr fim às emissões de metano e à derrubada e queimada de florestas nos países que ainda têm grandes extensões de florestas que influem nos ciclos climáticos.