Nova York, 30 - Inundações significativas e danos causados pelo vento com a passagem do furacão Ian abalaram os laranjais da Flórida, onde a safra já vinha sendo considerada a menor desde a 2ª Guerra Mundial. Ao inspecionar os danos decorrentes da tempestade nos condados de Polk e Hardee, o chefe do grupo comercial Florida Citrus Mutual, Matt Joyner, estimou que entre 75% e 80% das laranjas que viu caídas foram arrancadas das árvores. O momento é especialmente crítico para os produtores de laranja, pois a safra começa em outubro e ganha força nos meses seguintes. Com a água parada no solo, proveniente de inundações severas, mais cítricos provavelmente cairão das árvores - o que os tornará inutilizáveis, acrescentou Joyner. A colheita de laranja da Flórida já deve ser menor este ano, em parte por causa do efeito da doença greening, que consome a vitalidade das árvores e arruína os frutos que elas produzem. Em sua previsão mais recente, o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) projeta que a produção de laranjas da safra 2021/22 totalizou pouco mais de 41 milhões de caixas, uma queda de 22% em relação ao período anterior. A antecipação dos danos catastróficos do furacão fez com que os contratos do suco de laranja concentrado e congelado chegassem perto de sua máxima este ano na Bolsa de Nova York (ICE Futures US). Nos últimos três dias, os futuros acumularam ganhos de mais de 6%. Porém, segundo o presidente da HomeMaker Juice, Brandon Saltmarsh, como as laranjas da Flórida contribuem apenas para o fornecimento mundial de concentrado congelado, é pouco provável que os danos da tempestade façam os preços subirem ainda mais.