O setor público consolidado fechou junho com déficit primário de R$ 65,508 bilhões, conforme divulgou o Banco Central (BC) nesta sexta-feira. Em junho de 2020, o resultado havia sido deficitário em R$ 188,682 bilhões. Os dados do setor público consolidado envolvem governo central (formado por Previdência e Tesouro, além do próprio BC), Estados, municípios e estatais. Ficam fora da conta Petrobras, Eletrobras e bancos públicos, como Banco do Brasil (BB) e Caixa Econômica Federal.
O resultado do sexto mês de 2021 refletiu um déficit do governo central de R$ 75,083 bilhões e um superávit de R$ 8,391 bilhões dos Estados e municípios. As estatais tiveram superávit de R$ 1,183 bilhão .
O chefe do departamento de estatísticas do BC, Fernando Rocha, afirmou que dois fatores explicam o déficit primário de junho “bastante superior” ao de maio, quando ficou em R$ 15,5 bilhões. O primeiro motivo, segundo ele, foi um aumento entre os dois meses de R$ 27,7 bilhões no déficit do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), causado pela antecipação do 13º salário de aposentados e pensionistas. O segundo fator foi uma alta de R$ 16 bilhões no pagamento de precatórios, como divulgado um dia antes pelo Tesouro Nacional.
Em 12 meses até junho, por sua vez, o déficit alcançou R$ 305,456 bilhões, o equivalente a 3,81% do Produto Interno Bruto (PIB). Em maio, estava em 5,41 % do PIB.
Além disso, no primeiro semestre do ano, o governo registrou déficit de R$ 5,208 bilhões, contra R$ 402,703 bilhões no mesmo período de 2020.
Pelo critério nominal, que inclui despesas com juros, houve déficit de R$ 75,595 bilhões em junho, ante resultado negativo de R$ 210,161 bilhões um ano antes. Além do déficit primário de R$ 65,508 bilhões, o montante reflete uma conta de juros de R$ 10,086 bilhões.
Em 12 meses até junho, por sua vez, o déficit nominal foi de R$ 589,695 bilhões, o equivalente a 7,36% do Produto Interno Bruto (PIB). Em maio, estava em 9,15% do PIB. A conta de juros no mesmo período somou R$ 284,239 bilhões, ou 3,55% do PIB, vinda de 3,73% em maio.
Nos seis primeiros meses do ano, o déficit nominal foi de R$ 150,634 bilhões, em comparação com R$ 576,315 bilhões no mesmo período de 2020.
Os dados não incluem Petrobras e Eletrobras. Os bancos estatais também não entram na conta, pois as estatísticas se referem ao setor público não financeiro.