Brasília, 7 - Em aceno do agronegócio ao presidente Jair Bolsonaro (PL), 28 tratores desfilaram na Esplanada dos Ministérios nesta quarta-feira, 7, durante as comemorações do Bicentenário da Independência do Brasil. Como mostrou na terça-feira o Broadcast Político (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado), um grupo de produtores rurais e empresários ligados ao setor organizou o "tratoraço" como uma forma de manifestar apoio público ao candidato à reeleição. As máquinas agrícolas passaram na Esplanada após blindados militares, enquanto apoiadores do chefe do Executivo gritavam "agro". O movimento foi articulado pelo sojicultor e candidato ao Senado por Mato Grosso Antonio Galvan (PTB), que está à frente do Movimento Brasil Verde Amarelo - que representa cerca de 200 associações e sindicatos ligados ao agronegócio. "Vamos prestigiar o nosso presidente Jair Bolsonaro. Vamos prestigiar o Brasil. Vamos manter a nossa independência a qualquer custo e a nossa liberdade", disse Galvan, em vídeo divulgado na terça-feira. Galvan, que é ex-presidente da Associação de Produtores de Soja (Aprosoja), articulou também os movimentos de 7 de setembro do ano passado e foi investigado pela Polícia Federal por suposta incitação a atos antidemocráticos e contra instituições como Senado e Supremo Tribunal Federal (STF). Os 28 tratores representaram os Estados e o Distrito Federal (DF). Após uma espécie de "peregrinação" do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) em Mato Grosso (MT), empresários do agronegócio intensificaram as doações para a campanha à reeleição de Bolsonaro nos últimos dias. Dos 15 maiores doadores, 14 são ruralistas ou possuem atividades ligadas ao setor. Juntos, doaram R$ 3,051 milhões ao comitê bolsonarista, que tem reclamado de baixo financiamento na corrida eleitoral. O produtor de soja sul-mato-grossense Oscar Luiz Cervi destinou R$ 1 milhão para o comitê bolsonarista e ultrapassou Nelson Piquet como maior doador pessoa física. O ex-piloto de automobilismo direcionou R$ 501 mil para tentar reeleger Bolsonaro e é o único na lista que não possui atividades ligadas ao setor. A campanha está frustrada com o ritmo de doações, mas esperava um aumento do empenho no agro a favor de Bolsonaro após o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) associar parcela do setor ao "fascismo" e ao desmatamento.