Rio, 6 - A aquisição de leite cru feita por estabelecimentos sob inspeção sanitária - federal, estadual ou municipal - totalizou 5,40 bilhões de litros no segundo trimestre de 2022, um recuo de 7,6% em relação ao segundo trimestre de 2021, segundo os dados das Pesquisas Trimestrais do Abate de Animais, do Leite, do Couro e da Produção de Ovos de Galinha, divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Na comparação com o primeiro trimestre de 2022, houve queda de 8,9%. A captação de leite foi a menor para um segundo trimestre desde 2016. "O setor leiteiro encontrou dificuldade para repassar os custos da cadeia produtiva para o consumidor final. O preço do leite sofreu considerável aumento no período mas, mesmo assim, não conseguiu compensar os custos com a suplementação alimentar dos rebanhos e outras despesas como energia e medicamentos", justificou Bernardo Viscardi, supervisor de indicadores pecuários do IBGE, em nota oficial. Também houve prejuízo de fatores climáticos para os resultados obtidos pela produção. "Também vale citar que a escassez de chuvas em estados do Centro-Sul no primeiro trimestre comprometeu a qualidade da silagem, usada para complementar a alimentação dos animais durante o período tipicamente seco do 2º trimestre", completou. Houve reduções em 20 das 26 Unidades da Federação participantes da pesquisa, com destaque para as perdas em São Paulo (-115,67 milhões de litros), Goiás (-98,62 milhões de litros), Minas Gerais (-95,81 milhões de litros), Rio Grande do Sul (-65,81 milhões de litros), Paraná (-22,07 milhões de litros) e Mato Grosso (-21,66 milhões de litros). Os acréscimos mais relevantes ocorreram em Sergipe (+18,18 milhões de litros) e Santa Catarina (+17,45 milhões de litros). Minas Gerais manteve a liderança do ranking de aquisição de leite, com 25,0% da captação nacional, seguido por Paraná (14,7%) e Rio Grande do Sul (12,7%). O IBGE divulgou ainda o preço do leite cru pago ao produtor no escopo da Pesquisa Trimestral do Leite. No segundo trimestre de 2022, o preço médio por litro, em nível nacional, chegou a R$ 2,69, ante um valor de R$ 2,14 no primeiro trimestre de 2022.