São Paulo, 15 - A área semeada com soja na Argentina na temporada 2022/23 pode chegar a 16,8 milhões de hectares, de acordo com estimativa da Bolsa de Comércio de Rosário. A projeção é 700 mil hectares, ou 4,3%, maior do que a área plantada no ano passado. Caso se confirme, o aumento representará uma reversão de tendência, já que entre 2015/16 e 2021/22 a área de soja diminuiu quase 20%, disse a bolsa. A estimativa de produção é de aproximadamente 47 milhões de toneladas, ante 42,2 milhões de toneladas em 2021/22. Com previsões meteorológicas pouco animadoras e grandes chances de ocorrência do fenômeno La Ninã pelo terceiro ano consecutivo, produtores devem optar pela soja como uma aposta mais segura, afirmou a bolsa. "Outros motivos que pesam na escolha da soja são custos, disponibilidade de insumos e os maus resultados do milho precoce na região central." Já a área de milho na Argentina em 2022/23 deve diminuir 4,76%, de 8,4 milhões para 8 milhões de hectares. A produção pode ficar em torno de 55 milhões de toneladas, ante 51 milhões em 2021/22. "Apesar das melhores margens que o cereal 2022/23 apresenta em relação à oleaginosa, a falta generalizada de água é o principal fator que coloca em xeque a semeadura do milho precoce", disse a bolsa em boletim mensal. Além disso, no atual cenário de incerteza econômica, o alto nível de investimento exigido para o cultivo do milho representa maior risco para o produtor, afirmou. Segundo a bolsa, a área de milho poderá ser ajustada de acordo com a ocorrência de chuvas nas próximas semanas. Produtores também estão considerando aumentar o plantio tardio, a partir de dezembro, após os excelentes resultados verificados no ciclo 2021/22.