São Paulo 10 - As exportações brasileiras de café somaram 2,476 milhões de sacas de 60 quilos em julho, primeiro mês do ano safra 2022/23. O volume é 14,9% menor na comparação com as 2,909 milhões de sacas de igual mês de 2021, informou nesta terça-feira (9), o Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé). A receita foi de US$ 583,7 milhões, 40,3% superior à obtida no ano passado. No ano, a receita com os embarques atinge recorde de US$ 5,231 bilhões, o que equivale a um crescimento de 62,4% ante janeiro a julho de 2021. Já em volume, as exportações de café do Brasil somam 22,444 milhões de sacas, 5,9% abaixo dos sete meses do ano passado. Sobre a queda no volume exportado em julho, o presidente da entidade, Günter Häusler, destaca a continuidade dos gargalos logísticos e a demanda aquecida da indústria nacional por robustas e conilons. "Os fabricantes brasileiros de café torrado e moído e de solúvel têm mantido forte demanda pelos canéforas em seus blends", afirma em nota. Ainda conforme ele, a colheita está em "ritmo normal, mas o atraso ocorrido nos meses anteriores afetou de maneira leve a exportação". "Além disso, as fortes e recentes oscilações ocorridas nos preços, aliadas à continuidade da guerra e às incertezas relacionadas à macroeconomia global, têm reduzido a dinâmica da comercialização, fazendo com que os produtores analisem os melhores cenários para realizar as vendas", completa Häusler. Sobre a receita, ele cita os elevados níveis dos preços internos e externos do produto, além da taxa de câmbio favorável. "Destaca-se, também, a competência dos profissionais de logística dos exportadores brasileiros, que, frente aos elevados custos de frete e menor disponibilidade de contêineres e espaço nos navios, encontram formas para o Brasil seguir honrando seus compromissos internacionais. No mês passado, por exemplo, houve mais uma exportação via break bulk (carga fracionada)."