O presidente Jair Bolsonaro respondeu nesta quinta-feira a críticas que vem recebendo por ter se encontrado no Palácio do Planalto com a deputada alemã Beatrix von Storch, do partido de ultradireita Alternativa para a Alemanha (AfD), na semana passada. Ele também minimizou o fato de Von Storch ser neta de Johann Ludwig Schwerin von Krosigk, que foi ministro das Finanças do nazista Adolf Hitler. E afirmou que ela "foi eleita democraticamente".
"Semana passada tinha um deputado chileno e uma deputada alemã visitando a Presidência. Poxa, tratei, conversei, bati um papo", disse Bolsonaro a apoiadores no Palácio da Alvorada. "Vai que a deputada alemã é neta de um ex-ministro do Hitler. Me arrebentaram na imprensa. Acho que a gente não pode ligar um pai a um filho, muitas vezes, um fez uma coisa errada, ligar ao outro."
O avô da parlamentar foi responsável pelo confisco de bens de judeus e também pela administração financeira de áreas conquistadas pela Alemanha nazista.
O encontro gerou críticas de políticos e de entidades judaicas, como a Confederação Israelita do Brasil (Conib). Em nota, a entidade lamentou "a recepção dada a representante do partido Alternativa para a Alemanha (AfD) em Brasília".
"Trata-se de partido extremista, xenófobo, cujos líderes minimizam as atrocidades nazistas e o Holocausto", disse a entidade israelita.
"A Conib defende e busca representar a tolerância, a diversidade e a pluralidade que definem a nossa comunidade, valores estranhos a esse partido xenófobo e extremista.”
Bolsonaro, por sua vez, afirmou não poder "ver a ficha" de cada pessoa que recebe. "Eu não posso receber essa deputada? Foi eleita democraticamente na Alemanha. Se eu for ver a ficha de cada um para ser atendido... Primeiro, vou demorar horas para atender", afirmou.