29/07/2021 às 14h00min - Atualizada em 29/07/2021 às 14h00min

Vendas da Ambev crescem 12,7% em volume no Brasil, impulsionadas por marcas premium

Apesar das temperaturas mais baixas no segundo trimestre deste ano em comparação a anos anteriores e as restrições ainda impostas pela pandemia da covid-19, o volume de cerveja da operação da Ambev no Brasil registrou um crescimento de 12,7%, para 20,22 milhões de hectolitros. O volume é 10,9% superior ao do mesmo período de 2019 e 14% acima de 2018.

A empresa atribui o aumento das vendas aos lançamentos, que representaram mais de 20% do faturamento, liderado pela Brahma Duplo Malte, destacou a empresa em seu relatório de resultados. “Nosso portfólio de marcas premium cresceu aproximadamente 35%, impulsionado por Corona, Becks, Stella Artois e Original”, acrescentou. A receita líquida da divisão cresceu 25,8%, para R$ 6,45 bilhões, com a receita por hectolitro saltou 11,6%.

Acima das expectativas

Globalmente, o desempenho da Ambev no segundo trimestre superou as expectativas do mercado, cuja previsão já era de números fortes. A fabricante das cervejas Brahma, Skol e Budweiser registrou um crescimento de 19% no volume total de cerveja, com apenas o Canadá apresentando dificuldades — por lá, o volume caiu 0,9%. Dos 10 mercados em que atua, sete cresceram acima do segundo trimestre de 2019, quando não havia a covid-19.

A receita total cresceu 36,2%, para R$ 15,71 bilhões e o lucro líquido atribuído aos acionistas foi de R$ 2,89 bilhões, 135% acima do mesmo período de 2020. O resultado líquido, porém, foi beneficiado por um crédito tributário de R$ 1,60 bilhão, sendo R$ 1,22 bilhão registrados em outras receitas operacionais e R$ 385 milhões em receitas financeiras.

Não alcoólicos

Se o resultado da divisão de bebidas não alcóolicas da Ambev no primeiro trimestre foi melhor do que o previsto, mas ainda considerado aquém do potencial, no segundo trimestre a direção da empresa observou “uma recuperação saudável” do negócio.

O volume da divisão havia crescido apenas 0,8% no primeiro trimestre ante mesmo período de 2021. Agora, o crescimento do segundo trimestre ante mesmo período do ano anterior foi de 26,1%, para 6,49 milhões de hectolitros. Ante o primeiro trimestre deste ano, o avanço do segundo trimestre foi de 0,15%. A divisão é dona de marcas como Guaraná Antártica e Sukita.

“O retorno gradual do consumo fora de casa ajudou o crescimento do volume de nossas marcas premium, especialmente em embalagens one-way [sem retorno], impulsionando positivamente o mix de marcas. Nossa plataforma BEES [de conexão com pequenos comércios] continuou a se expandir e nos conectar com mais clientes, o que nos permitiu alcançar o nosso maior número de compradores de [não alcóolicos] ", afirmou a companhia em seu relatório de resultados.

Margens pressionadas

Como previsto por analistas em seus relatórios, as margens da companhia ficaram mais pressionadas neste trimestre. A margem bruta consolidada caiu 0,7 ponto percentual, para 49,3%. As ações da companhia caíam 3% no fim desta manhã, influenciadas por esse indicador.

Parte dessa queda é explicada pelo aumento do custo dos produtos vendidos (CPV) por hectolitro em 15,7%, devido aos impactos esperados de câmbio e commodities. A linha de despesas gerais, administrativas e de vendas cresceu 35,6%, afetada por acréscimos de remuneração variável, despesas de distribuição e investimentos em vendas e marketing.

A margem Ebitda (sigla em inglês para lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização), no entanto, também ficou acima das previsões. O Credit Suisse previa margem Ebitda de 22% e o BTG Pactual de 28%. A margem Ebitda registrada foi de 33,7%, 4,9 pontos percentuais acima do segundo trimestre de 2020.

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