29/07/2021 às 14h00min - Atualizada em 29/07/2021 às 14h00min

Após novos ataques de Bolsonaro, associação de juízes defende sistema eleitoral

Após novos ataques do presidente Jair Bolsonaro, a Associação dos Juízes Federais do Brasil (Ajufe) saiu em defesa do sistema de votação e criticou o que chamou de “ilações que geram desconfiança sobre o funcionamento das instituições e sobre a atuação de agentes públicos”.

A entidade vinha sendo pressionada internamente a se manifestar sobre o assunto. Na terça-feira, a Ajufe saiu em defesa do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Nunes Marques, mas, até esta quinta, não havia se posicionado sobre os reiterados ataques contra Luís Roberto Barroso, que preside o Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

A nota de terça-feira fazia referência à repercussão da decisão em que Nunes Marques pedia à Procuradoria-Geral da República (PGR) que investigasse o professor Conrado Hübner pelo teor de uma coluna publicada no jornal “Folha de S.Paulo”.

Já nesta quinta-feira, a Ajufe apontou “preocupação com o acirramento das discussões sobre o modelo de votação do pleito eleitoral de 2022, com pressões excessivas sobre o parlamento e ataques desmedidos a ministros do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), em especial ao ministro Luís Roberto Barroso”.

“Nesse contexto, são inadmissíveis ataques à legitimidade constitucional do TSE de organizar as eleições e à prerrogativa do Congresso Nacional de avaliar as propostas de mudanças no processo eleitoral”, disse a entidade.

Para a associação, as “constantes afrontas” a integrantes da corte eleitoral e do Supremo Tribunal Federal (STF) “provocam instabilidade política, afetam a harmonia entre os Poderes e, consequentemente, o Estado Democráticos de Direito”.

A Ajufe defendeu a urna eletrônica e disse que as discussões sobre o aperfeiçoamento da segurança do sistema são legítimas, mas devem acontecer em “foro competente, ouvindo a sociedade e especialistas, com argumentos técnicos e propositivos, em um ambiente de respeito institucional, sem ofensas e acusações indevidas”.

“A Ajufe acompanha com atenção e serenidade as discussões no Congresso Nacional, com a certeza que teremos novamente eleições democráticas, seguras e legítimas em 2022, quando vai prevalecer, novamente, a vontade da maioria dos eleitores brasileiros”, afirmou.

Na quarta-feira, Bolsonaro voltou a defender o voto impresso e a criticar Barroso. “Por que o ministro Barroso está tão preocupado em nós não termos eleições democráticas? Ele é contra a democracia? Parece que é. Se nós estamos oferecendo uma maneira de comprovar realmente que as eleições não vão ser fraudadas, por que ele quer que acabem as eleições e permanecemos numa dúvida”, disse.

O presidente tem dito que vai apresentar indícios de supostas fraudes das eleições de 2014 e 2018 nesta quinta-feira. Apesar de adotar esse discurso e fazer essa mesma promessa há mais de um ano, ele nunca apresentou nada.

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