29/07/2021 às 14h00min - Atualizada em 29/07/2021 às 14h00min

Intelbras prevê normalização da cadeia de componentes no 2º trimestre de 2022

A escassez global de componentes, como microprocessadores, continua sendo um desafio para a indústria eletroeletrônica brasileira. “Sem a deficiência de chips, nas áreas de comunicação e segurança, teríamos vendido 15% a mais”, disse nesta quinta-feira (29) Altair Silvestri, presidente da fabricante catarinense de equipamentos de redes, segurança e energia Intelbras, em conferência com analistas sobre o balanço da empresa no segundo trimestre.

O executivo afirma que a falta de componentes não deve piorar nos próximos trimestres, mas prevê a regularização dos abastecimento somente no segundo trimestre de 2022. “As equipes de suprimentos continuam bastante envolvidas para que a gente entregue o crescimento previsto”, diz.

As divisões mais impactadas pela falta de componentes são também as que geram a maior parte da receita da empresa. Entre abril e junho, a área de segurança, que inclui câmeras de monitoramento residencial e corporativo, representou 52% do faturamento. A divisão de comunicação, que inclui equipamentos de rede, como roteadores, gerou 34% da receita no período. O equilíbrio de preços, diante da alta do dólar e da falta de chips, na venda de roteadores puxou para baixo a margem no segmento de comunicação.

A área de equipamentos de energia solar e fotovoltaica representou 14% da receita no segundo trimestre. A Intelbras vem investindo em treinamento de técnicos para instalação neste setor, com 13 mil pessoas capacitadas, e em ampliação dos canais de vendas para 8 mil revendedores.

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A empresa segue apostando em novos produtos, incluindo uma linha de automação de portões lançada em julho, que está chegando ao canal de distribuição.

“O desafio com abastecimento de chips continua, mas a empresa segue cumprindo planos de entrega de equipamentos”, disse Bruno Teixeira, líder de relações com investidores da empresa.

A empresa registrou lucro atribuído aos controladores de R$ 85,1 milhões no segundo trimestre, alta de 66,9% ante o mesmo período de 2020. O lucro líquido cresceu 67,2% e totalizou R$ 85,3 milhões.

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A receita líquida mais que dobrou e somou R$ 724,9 milhões no período, crescimento de 109% no comparativo anual.

Segundo Teixeira, a política de hedge, aplicada pela Intelbras desde o segundo semestre de 2020, gerou variação cambial líquida negativa de R$ 8,4 milhões no segundo semestre, ante uma variação negativa de mais de R$ 136 milhões, em igual período do ano passado.

Aquisições

A empresa avalia um total de R$ 1,3 bilhão em potenciais aquisições, segundo Silvestri. A soma equivale ao valor levantado pela empresa na oferta pública inicial de ações (IPO, na sigla em inglês), em fevereiro.

Em abril, a Intelbras fez o primeiro investimento com o dinheiro do IPO em caixa, anunciando a aquisição de 75% do capital da Khomp, fabricante catarinense de equipamentos de controle de acesso e internet das coisas (IoT) por R$ 89,1 milhões.

“As possíveis aquisições incluem empresas com faturamento anual importante, de R$ 70 milhões a R$ 100 milhões”, disse Silvestri.

Empresas de software nas áreas de segurança e comunicações, estão no radar para complementar o portfólio da Intelbras. “Logo vão começar a aparecer as conclusões desse trabalho”, disse o CEO.

Sem contar aquisições, neste ano, a empresa prevê um crescimento orgânico de 130% em receita, sendo 60% na área de energia.

A expansão geográfica também é prioridade para a Intelbras. No fim de junho, a empresa inaugurou uma filial no Nordeste, em Jaboatão dos Guararapes (PE), na qual injetou R$ 20 milhões.

“A filial Nordeste é a primeira de mais três que pretendemos abrir em outras regiões”, disse Silvestri.

A Intelbras possui outras quatro unidades em operação em São José (SC), onde está sua sede, Manaus (AM) e Santa Rita do Sapucaí (MG).

A empresa constrói uma sexta unidade, em Tubarão (SC), que será inaugurada no primeiro trimestre de 2022.

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