A confiança do varejo e do atacado aumentou em julho e atingiu o nível mais alto em dois anos e meio com melhoras expressivas na avaliação dos empresários com relação tanto ao momento atual quanto ao futuro, segundo a Sondagem do Comércio, do Instituto Brasileiro de Economia da FGV (FGV Ibre).
O Índice de Confiança do Comércio subiu 5,1 pontos em julho, para 101 pontos, nível mais alto desde janeiro de 2019, quando atingiu 102,3 pontos. Em médias móveis trimestrais, o indicador subiu 5,6 pontos, registrando a terceira alta consecutiva.
“A confiança do comércio voltou a acelerar no início do segundo semestre deixando o indicador acima de 100 pontos, o que não acontecia desde 2019. Os empresários do setor continuam observando melhora no ritmo de vendas, e neste mês, as expectativas com os próximos meses também voltaram a melhorar”, avalia Rodolpho Tobler, coordenador da sondagem.
Segundo o economista, a manutenção dos resultados positivos do setor depende do avanço no programa de vacinação e da melhora da confiança dos consumidores. Um cenário que ainda contém riscos e que carece da recuperação do mercado de trabalho.
Em julho, a confiança avançou em todos os seis principais segmentos do comércio e foi influenciada pela melhora tanto da percepção com o momento presente quanto das expectativas.
O Índice de Situação Atual subiu 4,5 pontos para 108,7 pontos, o maior desde dezembro de 2010 (110,2 pontos). Já o Índice de Expectativas aumentou 5,6 pontos para 93,2 pontos, recuperando exatamente o que foi perdido no mês anterior.
Desde a virada do primeiro para o segundo trimestre, a confiança do setor tem avançado, influenciada pela melhora da percepção dos empresários com o momento presente, assinala o FGV Ibre. O índice de situação atual, em médias móveis trimestrais, registra a terceira alta consecutiva e parece consolidar a recuperação do ritmo de vendas do setor.
Nesse mesmo sentido, o Indicador de Desconforto (composto pela média de parcelas padronizadas da pergunta sobre limitação à melhoria dos negócios: demanda insuficiente, acesso ao crédito bancário, custo financeiro e outros) também registra melhora nos últimos meses, sugerindo que a redução das restrições tem beneficiado a percepção dos empresários do setor sobre o momento presente.
A sondagem colheu informações de 800 empresas entre os dias 1 e 23 deste mês.