O mercado do boi gordo deve se recuperar plenamente apenas no segundo semestre de 2022. Esse mercado perdeu 5,2% do valor no mês de maio e começa junho com pressão de baixa, segundo Pedro Gonçalves e Amanda Skokoff, engenheiro agrônomo e médica veterinária da Scot Consultoria.
A oferta de animais ainda é grande, o gado que deveria ter sido exportado para a China, que interrompeu as compras de vários frigoríficos, está sendo comercializado no mercado interno e os frigoríficos estão com muito estoque e escalas de abate que atendem até a duas semanas consecutivas.
Outro problema, é que a queda nos preços verificados no mercado do boi gordo não chegou ao varejo, que continua praticando preços elevados, inibindo as vendas e impedindo a liquidez no mercado. Amanda Skokoff acredita que o varejo brasileiro raramente teve uma margem de lucro tão grande quanto a carne bovina.
Com isso, mesmo na primeira quinzena do mês, quando o brasileiro mais compra, as vendas estão fracas. Os frigoríficos não conseguem escoar o estoque e deixam de comprar animais terminados. Esse ciclo mantém a arroba do boi em queda. Para conseguir vender, os pecuaristas acabam abaixando os preços.
Esse comportamento é atípico. Segundo eles, a partir da segunda semana de junho é regra os preços melhorarem para o pecuarista no mercado do boi gordo. Mas eles não veem essa regra se manter este ano. Os preços também estão influenciando o mercado de reposição com a queda de preços dos bezerros. Fica bom para o pecuarista que está repondo os animais.
Ainda assim, eles acreditam que na segunda quinzena e em julho a pressão de baixa deve diminuir. Terminam os animais a pasto que chegam em grande quantidade no mercado por falta de pastagens e começam a entrar os terminados em confinamento. Mas não existe a expectativa que o mercado volte a se comportar como nos anos anteriores, segundo os analistas.
Da Redação