O saldo das operações de crédito do sistema financeiro cresceu 0,9% em junho, para R$ 4,214 trilhões, conforme divulgado nesta quarta-feira pelo Banco Central (BC). Em 12 meses, houve alta de 16,3%.
Como proporção do Produto Interno Bruto (PIB) estimado pela autoridade monetária, o estoque de operações ficou em 52,6%, frente a 52,7% em maio. Em junho de 2020, o saldo era de 48,8%.
O chefe do departamento de estatísticas do BC, Fernando Rocha, afirmou que “o crédito permaneceu em trajetória de crescimento” em junho, destacando que, no acumulado de 12 meses, a alta do estoque é de 16,3%.
O saldo total do crédito livre subiu 1,3% em junho, chegando a R$ 2,471 trilhões, enquanto o crédito direcionado avançou 0,3%, para R$ 1,742 trilhão.
O saldo total de crédito para as famílias aumentou 1,5% no mês, chegando a R$ 2,398 trilhões. Para as empresas, houve alta de 0,1%, para R$ 1,816 trilhão.
De acordo com Rocha, enquanto o crescimento do crédito a pessoas jurídicas vem desacelerando, a expansão crédito a pessoas físicas tem seguido caminho oposto e acelerado. “É natural que tenha essa desaceleração [para empresas]”, disse em entrevista coletiva.
Ele lembrou que, no segundo semestre de 2020, houve forte crescimento do crédito para empresas, puxado por linhas emergenciais para combater os efeitos econômicos da pandemia.
As projeções do BC para o crescimento do crédito em 2021 são de aumento de 11,1% para o total; 13,5% para o livre; 7,7% para o direcionado; 13,5% para pessoas físicas e 8% para pessoas jurídicas.
Já as estimativas medianas de instituições financeiras e consultorias para o crescimento são de 8,8% para o total; 11% para o livre; 5,4% para o direcionado; 10,6% para pessoas físicas e 5,5% para pessoas jurídicas. Os números são do questionário, divulgado em maio, anterior à reunião do Comitê de Política Monetária (Copom).
O sistema financeiro concedeu em junho 5,5% a mais em novos empréstimos e financiamentos, na comparação com maio. O número leva em conta as concessões totais em cada mês. Considerando a média por dia útil, também houve alta de 5,5%.
As concessões para clientes corporativos subiram 10,2% ante o mês anterior, somando R$ 204 bilhões. Para as famílias, o sistema financeiro concedeu R$ 222 bilhões em novos empréstimos e financiamentos, alta de 1,5% em relação a maio.
As concessões com recursos livres, em que as taxas são pactuadas livremente entre bancos e clientes, subiram 5%. Já as operações com recursos direcionados, que são regulamentadas pelo governo ou vinculadas a recursos orçamentários, aumentaram 9,6%.
Pelo critério dessazonalizado, as concessões tiveram elevação de 1,6% ante maio. Para as pessoas físicas, houve alta de 2,7%; para as pessoas jurídicas, foi registrada expansão de 0,8%.
No crédito livre total, as concessões subiram 2,3%. No crédito direcionado, recuaram 3%.
