28/07/2021 às 15h00min - Atualizada em 28/07/2021 às 15h00min

Ibovespa avança com Vale e bancos; NY e siderúrgicas pesam

A temporada de balanços dá o tom da bolsa brasileira e sustenta o Ibovespa no campo positivo, enquanto os índices acionários em Nova York titubeiam na linha d’água antes da decisão do Federal Reserve, logo mais. Os ganhos firmes das ações da Vale e dos bancos, em meio à expectativa por resultados trimestrais robustos, dão ritmo aos negócios locais. Ainda assim, o fôlego de alta é curto, sem forças para reaver a faixa dos 126 mil pontos.

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Às 14h30, o Ibovespa subia 0,60%, aos 125.361 pontos, depois de ir até os 125.969 pontos, na máxima até então. O índice à vista oscilou em baixa logo após a abertura do pregão. Em Nova York, os índices Dow Jones e S&P 500 tinham leves oscilações de -0,12% e de +0,06%. O volume financeiro somava R$ 12 bilhões, projetando giro de R$ 30 bilhões até o fim do dia.

Operadores das mesas de renda variável afirmam que as instituições financeiras cujo perfil de clientes é majoritariamente estrangeiro atuam de forma equilibrada nas duas pontas (compradora e vendedora). Porém, eles observam que as ordens de negócios estão concentradas nas ações da Vale e dos bancos, o que ajuda a sustentar o Ibovespa no azul.

No horário acima, Vale ON avançava 2,09%, em meio à expectativa pelo resultado trimestral, após o fechamento do pregão. Para a equipe de analistas da XP Investimentos, o balanço da mineradora deve vir robusto, por causa dos preços mais elevados do minério de ferro. O preço da commodity, aliás, inflou o lucro da CSN no período, saltando mais de 1.000%, para quase R$ 5 bilhões.

Contudo, CSN ON figurava no ranking de maiores baixas, com -2,26%, realizando lucros. Também na lista negativa, apareciam as empresas de supermercados Assai ON (-2,29%) e Carrefour ON (-2,37%), reagindo aos números financeiro no trimestre passado, que trouxe como destaque o segmento de “atacarejo”. Na outra ponta, WEG ON liderava a lista positiva, com +5,06%, reagindo à alta de 120% no lucro entre abril e junho deste ano.

Ainda em torno da safra de balanços, Santander Units recua 0,27%, digerindo o resultado trimestral e troca de comando na unidade nacional do banco estrangeiro. Em direção oposta, Bradesco PN subia 1,36% e Itaú Unibanco PN ganhava 2,65%, em meio à expectativa por resultados robustos e à perspectiva de aperto monetário maior por parte do Banco Central. Aliás, a cisão da participação do Itaú na XP pelo BC ainda ecoa no papel.

Porém, o analista da Guide Investimentos Luís Sales avalia que dificilmente o mercado acionário doméstico conseguirá se descolar do ambiente externo por causa da temporada de balanços e da perspectiva de retomada da atividade local. “Os resultados ajudam em parte alguns setores, mas não é tão relevante porque o segundo trimestre de 2021 já ficou meio longe. Para as ações andarem, é preciso observar os dados econômicos”, conclui.

À tarde, merece atenção a decisão de política monetária do Comitê do Fed (Fomc), seguida de uma entrevista coletiva do presidente, Jerome Powell. Tais eventos podem servir de balizador para medir o apetite por ativos emergentes, após a maior aversão ao risco por causa da China, e também diante dos sinais de que o crescimento econômico pós-pandemia atingiu o pico, ao mesmo tempo em que a inflação está acelerando. “O mau humor no mercado chinês acabou respingando aqui e o Fomc ainda traz cautela”, resume o chefe da mesa de renda variável da Zahl Investimentos, Flávio de Oliveira Head.

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