São Paulo, 30 - A produção agrícola do Estado de São Paulo na atual safra 2021/22 deve registrar aumento em 10 das 19 culturas analisadas. O dado faz parte do terceiro levantamento do Instituto de Economia Agrícola (IEA) e da Coordenadoria de Assistência Técnica Integral (Cati), da Secretaria de Agricultura e Abastecimento, realizado entre 1º de fevereiro a 9 de março. Entre as principais culturas, o estudo mostra que a produção da primeira safra de milho deve ser 4,2% ante 2020/21, em virtude do aumento de produtividade. O rendimento médio deve atingir 6.582 kg/hectare, resultado 4,7% maior em relação ao ciclo 2020/21. Considerando-se estimativas desde 1983, a produtividade atual é a maior já observada. As principais regionais produtoras são Itapeva, São João da Boa Vista e Itapetininga. A área de produção, no entanto, deve cair 0,4% entre os dois períodos, para 332 mil hectares. A pesquisa mostra, ainda, a primeira projeção para o milho safrinha, ou segunda safra, cuja área deve aumentar 1,8%, para 500,9 mil hectares. Na produção espera-se recuperação em relação ao ano anterior que foi marcado pela quebra de produtividade. Nesse ciclo, os primeiros números indicam aumentos de 64,0% na produção e de 61,2% na produtividade. As principais regionais produtoras são Assis, Itapeva e Ourinhos. O pesquisador e diretor do Centro de Pesquisa de Informações Estatísticas dos Agronegócios do IEA, Felipe Pires de Camargo, disse em comunicado que o ano safra 2021/22 apresenta perspectivas positivas graças a diversos fatores. As condições climáticas se mostram favoráveis à produção. Economicamente, a situação do mercado internacional também é otimista. Os estoques mundiais baixos, em virtude de uma série de circunstâncias e o câmbio favorável são fatores que contribuem para um mercado atrativo e aquecido. O estudo destaca que para soja não se observa variação da produtividade em relação ao ano anterior e isso é uma boa notícia, pois a produtividade se mantém em um bom nível (3.528 kg/ha). A produção aumentou em 5,6%, impulsionada pela área maior em 5,5%. As informações coletadas também mostram aspectos positivos para a cultura do algodão, importante produto no Estado. A área cultivada paulista atualmente é de 9.258,7 hectares, representando 59,7% de expansão quando comparada com a safra 2020/21. A produtividade média é de 3.376 kg/ha, registrando aumento de 23,6% em relação à 2020/21. Essa produtividade em conjunto com a expansão da área faz com que a estimativa de produção do algodão no Estado seja de 31.259,5 toneladas, aumento considerável de 97,3% em relação à safra anterior. As três regionais que se destacam com as maiores participações na produção são Avaré (29,7%), Itapeva (25,9%) e Votuporanga (24,4%). Na cultura do feijão da seca, as previsões são de aumentos de 29,1% de área plantada (15,8 mil hectares), de 66,1% na produção esperada (39,4 mil toneladas) e de 28,7% de incremento na produtividade. Para a cultura do feijão das águas, os resultados apresentaram uma produção estimada de 131,9 mil toneladas em 45,1 mil hectares de área plantada, quedas de 11,5% e de 15,2%, respectivamente, na comparação com a safra 2020/21. Em relação à produtividade, houve incremento de 4,4% com rendimento médio de 2.924 kg/ha, 122 kg/ha superior ao registrado na safra passada. Em relação ao plantio do trigo no Estado, cultura de inverno, o levantamento prevê uma retração de área e produção de 9,1% em relação à safra passada, atingindo 89,9 mil hectares e 264,1 mil toneladas. Apesar de outras fontes indicarem um incremento significativo na área plantada, o levantamento de fevereiro não confirmou essa tendência. O primeiro levantamento da safra 2021/22 da cana-de-açúcar em São Paulo indica pequena redução de área (-0,93%) em relação à safra anterior, enquanto a estimativa de produção teve aumento de 1,75% em relação ao último levantamento, realizado em novembro de 2021. A área produtiva está estimada em 5,5 milhões de hectares, com produção de 415,5 milhões de toneladas. Com relação à laranja, a estimativa preliminar é de 303,2 milhões de caixas de 40,8 kg de laranja (12.370,8 mil toneladas). Esse resultado corresponde a 153,8 milhões de pés em produção - números muito próximos à safra anterior. Os próximos levantamentos refletirão mais adequadamente o comportamento da cultura nesta safra. A previsão de frustração do ciclo de alta na safra de café foi reforçada neste levantamento com nova estimativa de produção de 4,41 milhões de sacas de 60 kg de café beneficiado (264,74 mil toneladas), uma redução de 2,99% diante da primeira estimativa. Essa menor produção foi decorrente da queda de 2,31% na produtividade das lavouras, que registrou nesse levantamento o rendimento de 23,27 sacas por hectare.