28/07/2021 às 15h00min - Atualizada em 28/07/2021 às 15h00min

Expansão orgânica é o motor de crescimento do grupo, diz presidente da Assaí

O presidente da rede Assaí, Belmiro de Figueiredo Gomes, afirmou que a expansão orgânica tem sido um dos principais motores de crescimento do grupo. Para o segundo semestre, a expectativa é de abrir entre 22 e 25 novas lojas. No segundo trimestre deste ano, o grupo encerrou com 187 lojas.

“Temos 25 obras em andamento neste momento em 14 Estados. Nos últimos 12 meses, adicionamos 100 mil metros quadrados de área de vendas”, disse Gomes, em teleconferência com analistas nesta quarta-feira (28), após divulgação dos resultados do segundo trimestre. Até agora, o grupo inaugurou três lojas em 2021 – o ritmo é sempre maior no segundo semestre.

O executivo destacou ainda que as lojas que foram abertas até agora se mostraram assertivas. “Vimos uma rampa de vendas acelerada em termos do que a gente tinha previsto. Esse parque foi fundamental nos resultados do primeiro e segundo trimestre”, disse.

Os executivos foram questionados por analistas de como fica o cenário de concorrência diante de outros grupos regionais anunciando investimentos expressivos. Na visão do presidente da rede, o Assaí tem força para brigar nos mercados, uma vez que tem musculatura para manter margens, ao passo que players menores têm limitações para brigar em preço por longos períodos de tempo.

Segundo Gomes, a concorrência existe e é dinâmica. Ele explicou que parte do investimento visa expandir a presença do grupo no Sudeste, que responde, hoje, por menos de 50% das vendas do grupo.

Para além disso, o foco também é expandir em Estados que a operação ainda é pequena. O grupo vai abrir novas lojas, por exemplo, em São Luiz, Belém, Teresina e vários outras regiões.

Fusões & aquisições

Gomes destacou também que o grupo continua olhando oportunidades de fusões e aquisições no mercado. “A companhia estruturou a área de fusões e aquisições. Na expansão orgânica você escolhe melhor os pontos. A expansão orgânica tem sido uma das prioridades para expansão, mas não significa que estamos fechados para M&A. Sempre acompanhamos”, disse.

Segundo o executivo, aquisições são possíveis de acontecer, mas não são prioridades. “Se ela vier, vai ser sempre complementar à expansão orgânica”, disse.

Efeito da pandemia

O presidente da rede varejista apontou otimismo para o mercado no segundo trimestre, diante do avanço da vacinação no Brasil. Mesmo com um cenário ainda adverso, o grupo apresentou números considerados fortes por analistas.

“Entre 6% e 7% do nosso volume total de venda ainda está prejudicado pela pandemia”, disse o executivo, durante a conferência com analistas.

Gomes explicou que parte desse avanço virá das pessoas jurídicas, como restaurantes, bares e até escolas. “Temos expectativa muito boa de recuperação (nesses grupos), que, neste momento, estão com as atividades ou paralisadas ou com restrições”, disse.

Reajustes de preço

Gomes ressaltou a forte alta de preços vivida pelos consumidores neste ano. “Vimos estabilidade dos preços em relação ao primeiro trimestre. O nível de aumento de preço chegou no limite do bolso do consumidor. O que houve no segundo trimestre foi movimentação de uma categoria para outra”, disse.

Ele destacou que commodities acabaram perdendo força, diante da elevação de preço. “A gente percebe no consumidor um ‘tradedown’ [substituição por itens mais baratos] dentro das próprias categorias de produtos”, acrescentou.

Apesar da sinalização, Wlamir dos Anjos, diretor comercial do grupo, destacou que o segundo semestre deverá registrar uma manutenção dos preços. “Estamos com expectativa diferente do que aconteceu (até agora). Uma manutenção nos preços de mercadoria e se tiver elevação, uma pequena taxa”, disse.

Conforme Gomes, o segundo trimestre permaneceu desafiador, mas a empresa conseguiu registrar um trimestre forte. O grupo registrou a marca de R$ 10 bilhões em vendas no período, crescimento de 22,2% na comparação com o segundo trimestre de 2020 e de 54% na comparação com igual período de 2019.

Alavancagem

A diretora administrativa financeira da rede Assaí, Daniela Sabbag Papa, destacou que a companhia continuará a perseguir uma queda nos seus índices de alavancagem. No segundo trimestre de 2021 o indicador medido pela relação dívida líquida sobre o Ebitda ficou em 1,9 vez. Em igual período do ano passado ele era de 2,73 vezes.

“A gente vai continuar diminuindo a alavancagem, embora 1,9 não seja nada preocupante. Mas a gente fica muito próximo de 1,5 no final ano. No longo prazo, vamos ficar entre 1 e 2, chegando mais próximo de 1, dada a forte geração de caixa que temos conseguido”, afirmou.

Debêntures

Daniela também destacou que a empresa irá antecipar os pagamentos de debêntures com vencimento em 2022 e 2023 provavelmente no quarto trimestre deste ano.

Ela explicou que o objetivo é aproveitar melhores condições de mercado. Hoje, a empresa tem conseguido captar com CDI + 1,5%, ao passo que os papéis de 2022 e 2023 estão na casa de CDI + 2,8%. “A gente também alonga o período da dívida, de (média de) dois anos para 4,5 anos, o que é bem importante para esse processo (de desalavancagem)”, disse.

Questionada sobre prazo, disse que a estimativa é fazer o pagamento já no final do terceiro trimestre ou quarto trimestre deste ano. “Mais provável no quarto trimestre”, afirmou.

Em maio, o grupo fez sua segunda emissão de debêntures no valor de R$ 1,6 bilhões. O objetivo, segundo a executiva, foi também fazer pagamentos antecipados de papéis que vencem em agosto, no valor de R$ 1,8 bilhões.

Para o terceiro trimestre, a empresa irá emitir CRI de R$ 1,5 bilhões e nota promissória de R$ 2,5 bilhões, com maturidade média superior a quatro anos. O objetivo é pagar os vencimentos de 2022 e 2023.

“Nosso objetivo é pré-pagar debêntures que tinham custos elevados”, disse. Ainda conforme a executiva, em face aos recentes aumentos da Selic, o grupo tem conseguido fechar boas negociações para reduzir o custo de dívida.

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