À espera da decisão de política monetária do Federal Reserve (Fed), a ser divulgada à tarde, o dólar operou em queda contra o real na primeira etapa dos negócios desta quarta-feira. A possibilidade de uma aceleração no ritmo de elevação da taxa básica de juros se mantém no radar dos agentes financeiros e ajuda a fazer com que a moeda brasileira se valorize mais do que alguns pares emergentes. Além disso, participantes do mercado apontam que a perspectiva de fluxo, com algumas ofertas públicas iniciais (IPOs), também contribui com o movimento.
Nesse contexto, por volta de 13h20, o dólar operava em queda de 0,38%, negociado a R$ 5,1560 no mercado à vista. No mesmo horário, o dólar futuro para agosto recuava 0,16%, a R$ 5,1625. No mesmo horário, o índice DXY, que mede o desempenho do dólar contra uma cesta de outras seis moedas fortes subia 0,13%, para 92,55 pontos.
A decisão do Fed é o principal destaque do dia e pode movimentar o mercado de câmbio global a depender da sinalização dada pelo banco central americano sobre o início do processo de redução das compras de ativos (“tapering”). Enquanto a decisão não é divulgada e o presidente do Fed, Jerome Powell, não concede entrevista coletiva, o dólar opera sem sinal único ante a maioria dos mercados emergentes e, por aqui, exibe depreciação na comparação com o real.
No horário acima, o dólar caía 0,10% contra o peso mexicano; recuava 0,62% em relação ao peso chileno; cedia 1,10% na comparação com o peso colombiano; subia 0,42% ante o rand sul-africano; e avançava 0,14% contra com a lira turca. Vale destacar, adicionalmente, que o retorno da T-note de dez anos opera a 1,260% e se mantém perto da estabilidade enquanto a decisão do Fed não é divulgada.
Localmente, dois fatores ajudam na queda do dólar contra o real. Participantes do mercado citam a perspectiva de fluxo, com a indicação de alguns IPOs à frente. Hoje, a VIX Logística e a Leste US Properties protocolaram prospecto para uma oferta pública inicial de ações.
Cabe apontar, ainda, para os rumos da política monetária no Brasil, no momento em que os diretores do Banco Central estão em período de silêncio e o mercado já precifica chances majoritárias de uma elevação de 1 ponto percentual na Selic em agosto. No mercado de opções digitais, a possibilidade de um aumento de 1 ponto está em 77,5% nesta manhã, enquanto a chance de uma elevação de 1,25 ponto está em 8%. Já a probabilidade de manutenção do atual ritmo de alta da Selic de 0,75 ponto caiu para apenas 10%.