Perdemos mais uma oportunidade de buscar soluções para o aquecimento global. O momento é mais que oportuno para discutir a utilização do carvão mineral como combustível para gerar eletricidade, por exemplo. Sabe-se que ele é responsável por 40% de todas as emissões do gás carbônico (CO2) no planeta, envolve 7 milhões de pessoas em sua extração e é o maior responsável pelo efeito estufa. A redução de seu uso ainda é uma discussão espinhosa.
O momento traz a discussão porque os países que mais utilizam esse combustível estão avançando rapidamente para a redução do consumo. Não é porque precisamos conseguir impedir que a temperatura da terra aumente, no máximo, 1,5ºC nos próximos anos. Mas sim, porque um dos maiores produtores do mundo, a Rússia, promove uma guerra que o resto do mundo não consegue entender. Sabe-se que a receita da exportação desse combustível daquele país também alimenta economicamente o conflito.
Em que pese todos os compromissos dos países que emitem 75% de todo o gás carbônico tenham se comprometido com a diminuição acelerada do uso dessa matriz fóssil, cientistas já admitem que só vamos conseguir elevar a temperatura em apenas 1,5ºC se chegarmos até a metade do século com o que eles chamam de “zero líquido”. Ou seja: emissão zero de gás carbônico. O objetivo parece a todos praticamente impossível.
A guerra recoloca a discussão não apenas da utilização do carvão como combustível para gerar eletricidade, mas também do petróleo, uma vez que a Rússia é um dos grandes players do mercado mundial dessa fonte de energia. Por outro lado, os países que utilizam os dois combustíveis, ao invés de buscar novas fontes energéticas para aproveitar o momento de crise com matrizes renováveis, correm atrás dos outros grandes produtores, pedindo que aumentem a produção para substituir as exportações russas.
Temos ainda os países absolutamente pobres, onde 750 milhões de pessoas não têm acesso à energia de nenhum tipo e se utilizam do carvão para suprir as suas necessidades. Por todo esse cenário, especialistas estão cada vez mais pessimistas com um futuro que se mostrava sombrio, mesmo com toda a adesão que se viu na COP 26.
O futuro vai ser diferente. Para os cientistas, sombrio. O ser humano terá que se readaptar em um cenário ainda totalmente desconhecido. A única coisa que se sabe é que ele não será melhor do que o mundo em que vivemos hoje. É possível, que as futuras gerações tenham que conviver com uma natureza muito mais hostil e imprevisível.