27/04/2022 às 17h00min - Atualizada em 27/04/2022 às 17h00min

Brasil deve produzir cana 1,9% mais nesta temporada, prevê Conab

São Paulo, 27 - O Brasil deve produzir 596,1 milhões de toneladas de cana-de-açúcar na safra 2022/23, iniciada neste mês. O volume, 1,9% superior ao da temporada anterior, é apontado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) em sua primeira estimativa de safra, apresentada nesta quarta-feira durante a II Reunião de Monitoramento do Abastecimento de Etanol de 2022, no Centro de Tecnologia Canavieira, em Piracicaba (SP). A área de colheita deve ser, segundo a companhia, 1,3% menor, "devido à forte concorrência com outras culturas", e somar 8,2 milhões de hectares. "Mas há expectativa de recuperação da produtividade em 3,2%, resultado de um clima mais favorável que o ocorrido no último ciclo", destacou a estatal. A produção de açúcar deve ser de 40,2 milhões de toneladas de açúcar, 14,9% mais que no ciclo anterior. Já a produção total de etanol, proveniente da cana-de-açúcar e do milho, é de 28,66 bilhões de litros, 5,3% inferior à de 2021/22. A redução afetou tanto o anidro, com queda de 11,1%, quanto o hidratado, com recuo de 4,9% ante a safra passada. "No caso do etanol total de milho, com uma entrada forte das usinas mato-grossenses, a expectativa é de elevação de 10,7% na produção, chegando a 3,84 bilhões de litros", disse o gerente de Acompanhamento de Safras da estatal, Rafael Fogaça. "Com esse volume, o etanol proveniente do cereal aumentará sua participação no mercado de biocombustível para 13,4%", afirma. A Conab lembra que em 2021/22 o Brasil produziu menos cana e por isso exportou menos açúcar e etanol. Já nesta temporada é esperada reação nos embarques do alimento. Já para o etanol, pode haver crescimento da importação visto que "o governo federal zerou a alíquota de importação deste produto até o final deste ano", avalia o superintendente de Estudos de Mercado e Gestão da Oferta, Allan Silveira. Quanto ao mercado interno, destaca, o cenário de maior controle da pandemia de covid-19 favorece o aquecimento da demanda interna, fator que pode limitar as exportações e incentivar a importação do biocombustível.

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