27/07/2021 às 16h27min - Atualizada em 27/07/2021 às 16h27min

Confiança da Construção sobe ao maior nível desde março de 2014, aponta FGV

Influenciado por uma melhora das expectativas para os próximos meses, o Índice de Confiança da Construção aumentou 3,3 pontos em julho, para 95,7 pontos, o maior nível alcançado pelo indicador desde março de 2014, quando marcou 96,3 pontos, informa a Fundação Getulio Vargas (FGV).

Em médias móveis trimestrais, o índice avançou 3,6 pontos, a segunda alta consecutiva.

Para Ana Maria Castelo, coordenadora de Projetos da Construção do FGV-Ibre, a sondagem deste mostra que voltou a prevalecer um cenário “levemente” otimista. “Se no segundo semestre de 2020, a alta dos custos contribuiu para derrubar a confiança, em 2021, esse efeito foi atenuado”, afirma a economista, em nota.

Os custos não caíram, tampouco houve redução no ritmo dos aumentos, tanto que o quesito custo da matéria-prima assumiu pelo segundo mês a primeira posição entre os fatores limitativos à melhoria dos negócios. Mas a sondagem aponta que as empresas esperam que esse aumentos sejam absorvidos em grande parte pela demanda final.

O resultado positivo da confiança em julho decorre da melhora das expectativas dos empresários para os próximos meses. O Índice de Situação Atual (ISA) se manteve estável, ao cair 0,1 ponto, para 89,4 pontos. Esse resultado deve-se à piora do indicador de situação atual dos negócios, que caiu 4,3 pontos, para 88,3 pontos.

O Índice de Expectativas (IE) avançou 6,8 pontos, para 102,2 pontos, maior nível desde de janeiro de 2020 (104,2 pontos). Os indicadores de demanda prevista e tendência dos negócios subiram 6,4 e 7,2 pontos, para 102,3 pontos e 102,0 pontos respectivamente.

Já o Nível de Utilização da Capacidade (Nuci) da onstrução caiu 3,7 pontos percentuais, para 73,7%. O Nuci de Mão de Obra e o Nuci de Máquinas e Equipamentos tiveram variações idênticas ao cair 3,7 p.p, para 75,2% e 66,6%.

Crescimento da atividade

Em julho, 26,7% das empresas da construção apontaram aumento da atividade. Esse é o maior percentual alcançado desde outubro de 2012. No entanto naquele mês 15,7% acusaram queda, enquanto em 2021, 19,5% ainda relatam redução. O saldo positivo é um indicador importante da direção que o setor começa a tomar, mas a diferença ainda pequena mostra que esse movimento ainda não está completamente disseminado.

“De todo modo, a percepção positiva das empresas de Preparação de Terrenos, um segmento antecedente do ciclo de obras, volta a reforçar o maior otimismo com a retomada”, observou Ana Castelo

A edição de julho da sondagem da construção colheu informações de 602 empresas entre os dias 2 e 23 deste mês.

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