28/07/2021 às 10h27min - Atualizada em 28/07/2021 às 10h27min

Investimento lidera recuperação da economia, aponta nota da SPE

A retomada da economia brasileira após a crise gerada pela pandemia de covid-19 está acontecendo a taxas mais altas que nas crises anteriores e o investimento está liderando a recuperação, afirma a Secretaria de Política Econômica (SPE) do Ministério da Economia. Esse desempenho, acrescenta, se dá “a despeito da redução da participação do setor público”, com menores níveis de consumo e investimento estatal.

A secretaria afirma que se até 2013 o investimento era, em grande parte, financiado por recursos públicos, hoje isso se dá majoritariamente via setor privado. “Não se deve comparar taxas de investimento, que naquela época eram mais altas que hoje, mas sim, a qualidade desse investimento, que é melhor atualmente”, diz em nota informativa divulgada hoje.

Para a SPE, a redução do direcionamento de crédito é fundamental para retomada do investimento. O documento destaca que até 2015 foi crescente a participação dos recursos direcionados no total do crédito do Sistema Financeiro Nacional (SFN), mas que, a partir de meados de 2017, o crédito livre cresceu em percentual do Produto Interno Bruto (PIB) e houve forte expansão no período da pandemia.

É observada ainda grande expansão do mercado de capitais, que está relacionada à capitalização das empresas para investimento, diz o documento. Essa capitalização, contínua, se dá pela abertura do capital das empresas com lançamento de ações na Bolsa, assim como pelo financiamento privado por meio de debêntures e outros títulos e por meio dos fundos especializados. As debêntures têm registrado aumento na medida em que tem ocorrido o "destravamento do marco regulatório de setores como saneamento, gás e logística”.

Segundo o texto, ao contrário das últimas retomadas, o setor público, agora, não é o provedor do crédito e não direciona o capital para os empreendimentos. “Ao contrário do que muitos advogam, menor ativismo estatal não gerou escassez de crédito, e sim, o oposto: houve forte crescimento das fontes de financiamento no ano passado para as empresas e famílias.”

A secretaria destaca que os investimentos têm tido uma retomada mais rápida e intensa na atualidade do que em recuperações de crises anteriores e que essa recuperação tem sido disseminada entre os setores e regiões do país. “Após 12 meses do pior impacto da crise da covid-19 sobre a produção de bens de capital, nota-se que já se atingiu o mesmo percentual máximo de difusão que era observado antes da crise", diz o texto.

Para a SPE, “está em curso uma mudança qualitativa nos fundamentos do investimento no Brasil”, tanto em termos de composição quanto de financiamento, e a política econômica do governo, implementada com o Congresso Nacional, tem "pavimentado o caminho para a melhora da qualidade do investimento”.

Dentre as reformas microeconômicas realizadas, o texto destaca itens como o open banking, sandbox regulatório, cadastro positivo e IPCA como indexador de crédito imobiliário. Cita também o marco legal das startups, além de medidas na área de agronegócio, como o Fiagro. “É fundamental aproveitar este momento da retomada econômica para avançar na agenda de reformas pró-mercado e consolidação fiscal”, acrescenta.

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