O preço do trigo deve levar produtores a aumentarem consideravelmente a área plantada no Sul do país, informa a Safras & Mercado. Levantamento realizado pelo site especializado indica uma área de 3.638 milhões de hectares. Isso significa um crescimento de 33,4% em relação à safra anterior e será a segunda maior da história. O recorde é da safra 1986/1987, com quase 4 milhões de hectares.
“Seria a maior área plantada depois da desregulamentação do mercado pelo governo em 1990”, informa Élcio Bento, analista e consultor de Safras & Mercado. Essa área, com os investimentos necessários, pode render uma safra de 10,790 milhões de toneladas. Esse volume é 40% maior do que na última safra.
O consultor alerta que alguns fatores podem impedir essa projeção. Falta de sementes, aumento dos custos de produção e a escassez hídrica. “A venda de sementes tem apresentado um ritmo bastante forte e em muitas regiões já não existe disponibilidade para as cultivares mais procuradas. Em relação ao custo de produção, a guerra na Ucrânia gerou incertezas em relação ao abastecimento global e elevou os preços. A disponibilidade dos insumos não deve ser um problema para a safra de inverno, porém, o custo será elevado. Em relação à escassez hídrica, a recente ocorrência de chuva em importantes regiões de produção trouxe alívio”.
Mercado
O preço do trigo perde força nas bolsas americanas. Ainda assim, no Brasil, os preços continuam com pressão de alta. Os comerciantes brasileiros da commodity levam em conta a paridade na importação no Paraná e de exportação no Rio Grande do Sul.
Hoje o trigo argentino chega ao Paraná a R$ 2.400 a tonelada. Os compradores nacionais não pagam esse valor por causa da dificuldade para repassar a farinha. A indicação de compra no estado é de R$ 1.950 a tonelada. Para a venda, R$ 2.050.
Da Redação