26/07/2021 às 13h13min - Atualizada em 26/07/2021 às 13h13min

Bolsas chinesas e de Hong Kong despencam após Pequim lançar mais regulações a empresas de tecnologia

As principais bolsas asiáticas fecharam em queda nesta segunda-feira, com exceção da Bolsa de Tóquio, depois que a China confirmou que tomará medidas drásticas para conter o boom da indústria de tutoria pós-escola do país, levando a novas vendas maciças de ações como a da New Oriental Education & Technology Group Inc. nesta segunda-feira.

De acordo com a mídia estatal chinesa, os reguladores do país confirmaram os planos de forçar o lucrativo negócio de ensino à distância, por meio de plataformas online, a se tornarem empresas "sem fins lucrativos", uma iniciativa que muitos interpretaram como uma tentativa de reduzir as mensalidades. Isso, por sua vez, parece motivado pela preocupação com a baixa taxa de natalidade do país e seus iminentes problemas demográficos.

Além disso, a Administração Estatal de Regulamentação do Mercado da China publicou um aviso alertando as empresas de delivery de alimentos para garantir que paguem pelo menos o salário mínimo e respeitem os direitos dos trabalhadores.

As notícias abalaram o humor dos investidores e o Xangai Composto, índice de referência da Bolsa de Xangai, caiu 2,43%, a 3.467,44 pontos. O Shenzen Composto também cedeu 1,43%, a 2.468,14 pontos. O impacto, contudo, foi sentido de maneira ainda mais forte em Hong Kong, onde o índice Hang Seng despencou 4,13%, a 26.192,32 pontos.

As ações da empresa de ensino online New Oriental Education & Tech despencaram 47% na Bolsa d Hong Kong. Outras empresas educacionais menores como a Koolearn Technology Holding cedeu 33%. Empresas importantes de tecnologia como a Tencent e Alibaba também foram afetadas e seus papeis caíram perto de 7%.

Na Bolsa de Seul, o índice de referência Kospi caiu 0,91%, a 3.224,95 pontos.

“Dado que a repressão às tecnológica na China já desgastou os nervos dos investidores junto com as preocupações com o crédito, especialmente no setor de desenvolvimento imobiliário, as últimas ações do governo central no setor de educação, que ameaçam eliminar bilhões de dólares de investidores estrangeiros, são outra catraca maior no cenário de risco regulatório na China”, comentou em nota a clientes o analista da Oanda na Ásia, Jefrey Halley.

Apesar do mau-humor generalizado no continente, a Bolsa de Tóquio conseguiu se desacoplar e o índice Nikkei subiu 1,04% nesta segunda-feira, a 27.833,29 pontos. O desempenho foi puxado por ações de empresas de energia e aço, em parte devido às esperanças de uma recuperação dos lucros e um iene mais fraco em relação ao dólar, o que é bom para a economia exportadora japonesa.

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