23/07/2021 às 10h51min - Atualizada em 23/07/2021 às 10h51min

Bolsas da Europa fecham em alta, em dia de decisão do Banco Central Europeu

Os principais índices acionários da Europa encerraram o pregão desta quinta-feira (22) em alta, com exceção da referência de Londres, continuando o movimento de recuperação, após o tombo observado no início da semana. Ainda, segundo analistas, em decisão anunciada hoje, o Banco Central Europeu (BCE) indicou que deve manter sua postura frouxa de política monetária ainda por um longo período de tempo.

O índice Stoxx 600 Europe fechou o dia em alta de 0,56%, aos 456,53 pontos. Em Londres, o FTSE 100 caiu 0,43%, aos 6.968,30. Em Frankfurt, o DAX subiu 0,60%, aos 15.514,54 pontos e, em Paris, o CAC 40 teve ganhos de 0,26%, aos 6.481,59 pontos. Em Milão e Madri, as referências avançaram 0,53% e 0,64%, respectivamente.

O Banco Central Europeu (BCE) manteve as taxas referenciais de juros inalteradas nesta quinta-feira. A taxa de depósitos permanece em menos 0,50%, a de refinanciamento em 0% e a de empréstimos, 0,25%. A instituição também manteve o valor dos seus programas de compras de ativos.

Contudo, correspondeu às expectativas do mercado e ajustou o seu “forward guidance" para adaptar a orientação futura de sua política monetária à sua nova meta de inflação simétrica de 2% anunciada recentemente — antes era de “pouco abaixo de 2%”.

No comunicado da decisão desta quinta-feira, o Conselho do BCE disse esperar que "as taxas de juros do BCE permaneçam nos seus níveis atuais ou inferiores até que veja a inflação atingir 2% antes do fim do seu horizonte de projeção e de forma duradoura”. Além disso, o texto destaca que, agora, isso "pode implicar em um período transitório em que a inflação fique moderadamente acima da meta".

"O que todo esse vinho velho em garrafas novas realmente significa? Em nossa opinião, isso significa que a nova estratégia de fato marca uma mudança em direção a uma postura mais 'dovish' [favorável ao afrouxamento monetário], potencialmente levando ao adiamento de um 'tapering' [redução da compra de ativos] e muito suave, bem como um atraso adicional de qualquer aumento de taxa. Não é uma grande surpresa real, mas uma confirmação de que os 'hawks' [favoráveis ao aperto monetário] do BCE estão passando por momentos difíceis", afirmou Carsten Brzeski, chefe de macroeconomia global do ING.

Xian Chan, diretor de investimentos para gestão de fortunas do HSBC, disse que a linguagem do BCE agora é mais “contundente”.

“Esta notícia deve ser positiva no curto prazo para as ações europeias e para o comércio de recuperação em geral, fornecendo suporte adicional, especialmente em meio aos nervos cada vez maiores sobre a variante Delta. O forte sinal de que o BCE manterá as taxas mais baixas por mais tempo também é uma indicação de que o euro pode ser negociado em baixa”, disse Chan. No início da tarde desta quinta, o euro recuava 0,24% ante o dólar, negociado a US$ 1,1762.

Destaques

Além da política monetária, os investidores seguiram monitorando os lucros corporativos das companhias europeias hoje. A Unilever recuou 5,16% em Amsterdã, já que a fabricante do sabonete Dove e do sorvete Ben & Jerry's alertou que sua margem operacional para o ano ficará estável devido à inflação de custos.

A empresa sueca de private equity EQT avançou 12,81%, já que seu lucro aumentou de 47 milhões de euros para 361 milhões de euros, com os ativos sob gestão crescendo 95%. Já a 3i teve ganhos de 4,21%, uma vez que a empresa de private equity listada no Reino Unido relatou um retorno de 12,2% no primeiro trimestre fiscal.

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