As usinas siderúrgicas produziram 18 milhões de toneladas de aço bruto no primeiro semestre deste ano no Brasil. Esse volume foi 24% maior que o fabricado de janeiro a junho de 2020. No mês passado, a alta na produção siderúrgica foi de 45,2%, chegando a 3,12 milhões de toneladas. Os dados foram divulgados nesta quinta-feira (22) pelo Instituto Aço Brasil.
As vendas internas no semestre somaram 12 milhões de toneladas, uma evolução de 43,9%. Já, em junho, a comercialização de produtos siderúrgicos cresceu 32,8%, passando de 1,57 milhões de toneladas para 2,08 milhões de toneladas no mês passado.
Segundo os dados do Aço Brasil, o consumo aparente deu um salto “substancial” no primeiro semestre. A alta no indicador foi de 48,9% passando de 9,42 milhões toneladas para 14,03 milhões de toneladas este ano. Em junho, a evolução também superou o patamar de 40%. O consumo aparente aumentou 41,1% e alcançou 2,48 milhões de toneladas.
Marco Polo de Mello Lopes, presidente executivo do Aço Brasil, disse que o consumo aparente no semestre foi o maior desde 2014.
“Hoje, olhando para todos os setores que consomem aço, vemos uma demanda forte e com perspectiva de crescimento. Não à toa o PIB (Produto Interno Bruto) deve ser revisado”, disse Mello Lopes.
As importações também seguem a todo vapor. No semestre, de acordo com o Aço Brasil, as compras de aço no exterior somaram 1,94 milhões de toneladas, uma evolução de 93,8% no período. A participação dos produtos importados no consumo aparente no semestre correspondeu a 13,8%.
“As importações são oportunistas, não são estruturais. Não acreditamos que possa ultrapassar os patamares históricos de 12% a 13%”, disse Marco Faraco, presidente do conselho do Aço Brasil.
Com o bom desempenho do setor siderúrgico no primeiro semestre, o instituto revisou suas estimativas de crescimento de produção, vendas, consumo e exportação para 2021.
Pelas novas perspectivas o consumo aparente deverá crescer 24,1%, chegando a 26,61 milhões de toneladas. Na estimativa anterior, realizada em maio, a alta esperada era de 15%, com um volume consumido de 24,65 milhões de toneladas.
Já a produção deverá chegar a 35,81 milhões de toneladas, uma evolução de 14%. Em maio, o Aço Brasil estimava que seriam produzidos 34,96 milhões o que representava crescimento de 11,3%.
Segundo ainda o instituto, as vendas internas devem chegar a 23,05 milhões de toneladas com aumento de 18,5%. Na estimativa anterior o crescimento era de 12,9%, com um volume de 21,96 milhões de toneladas.
O presidente executivo do Aço Brasil disse que as siderúrgicas têm capacidade para atender a alta do consumo. Segundo Lopes, as usinas já trabalham com uma utilização da capacidade acima de 80%. “O abastecimento interno é a prioridade absoluta das usinas. E devemos investir US$ 8 bilhões nos próximos cinco anos para atender o crescimento do consumo no país”, afirmou