15/10/2021 às 11h12min - Atualizada em 15/10/2021 às 11h14min

Criação afinada

O rebanho bovino brasileiro cresceu 1,5% e alcançou 218,2 milhões de cabeças no ano passado. Esse número é o maior, desde 2016, segundo a Pesquisa da Pecuária Municipal (PPM) 2020, divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 29 de setembro deste ano.

O relatório do Centro de Inteligência da Carne Bovina (CiCarne), da Embrapa Gado de Corte, elaborado a partir de dados do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), também destaca a posição do Brasil, no caso, entre os principais produtores mundiais de carne bovina.

Para o próximo ano, conforme o CiCarne, os Estados Unidos continuarão na dianteira como principal produtor de carne bovina, com 20% do volume global, seguido pelo Brasil com 17% e pela União Europeia com 12,5%.

Outro balizador do setor é o mercado brasileiro de inseminação artificial de bovinos, que movimentou 16,794 milhões de doses de sêmen no primeiro semestre deste ano, 65,4% acima do resultado do mesmo período de 2019. Foram 6,006 milhões de doses de sêmen importado (24% mais) e 10,788 milhões de doses de sêmen bovino coletado no País (103% a mais).

Esses números referem-se às raças bovinas de corte e de leite e fazem parte do Index Asbia, elaborado pela Associação Brasileira de Inseminação Artificial (Asbia).

A posição brasileira é uma realidade e a melhora dos indicadores passa pelo uso de tecnologias para a gestão assertiva do negócio. Uma dessas ferramentas é o aplicativo Cria Certo, desenvolvido pela Embrapa Gado de Corte em parceria com a Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS).

Atualmente, os usuários dessa ferramenta tecnológica gratuita passam de 10 mil e estão espalhados pelo Brasil, segundo sua idealizadora, a pesquisadora Thais Basso do Amaral, especialista em sistemas de produção.

Conforme explica Thais, o Cria Certo ajuda o criador de gado e os técnicos a escolherem o manejo reprodutivo mais indicado para a propriedade, o uso de touros melhoradores e a relação custo-benefício das técnicas reprodutivas mais aplicadas no Brasil.

Como o touro é responsável por 90% da genética do rebanho (em geral, um touro, em monta natural, ao longo de sua vida pode gerar de 100 a 300 bezerros, ao passo que uma fêmea, em toda sua vida produtiva, de 10 a 15.) “Por isso, a importância de se escolher um bom reprodutor, que possua boa com avaliação genética”, lembra.

A ferramenta dá todo o suporte ao produtor na busca do que é melhor: a monta natural ou a inseminação artificial, além de simular e comparar quatro tipos de manejos reprodutivos. “Cerca de 50% das simulações são de monta natural e a outra metade refere-se aos demais tipos de inseminação”, informa a pesquisadora.

Para Thais, o mais importante, porém, é selecionar o método compatível com a estrutura da propriedade. “Se a opção for pela inseminação artificial em tempo fixo (IATF), é necessário ter piquetes, pastos de boa qualidade nutricional para as fêmeas e equipe técnica especializada para realizar o procedimento”, enumera algumas exigências.

A pesquisadora ainda recomenda observar o objetivo do produtor. Por exemplo, se for vender bezerro desmamado, ela sugere escolher um touro com habilidade genética e grande potencial de entregar bezerros pesados. Se a opção for pela comercialização de animais para abate, é necessário pensar em qualidade de carcaça e precocidade de acabamento.

“A gestão da reprodução inclui a necessidade de pensar em todo o sistema de produção e o Cria Certo ajuda nessa tarefa”, resume a pesquisadora.

Lançado em 2019, o aplicativo pode ser baixado gratuitamente no site www.criacerto.com ou pela loja do Google Play.


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