Geadas no café brasileiro impulsionam cotações em Nova York

Especialistas afirmam que ainda é cedo para estimar o efeito do fenômeno climático na produção

- Da Redação, com Globo Rural
12/08/2025 08h06 - Atualizado há 1 dia

As cotações do café tiveram forte valorização na Bolsa de Nova York nesta segunda-feira (11/8), diante da apreensão com a safra brasileira, principal exportador global de café arábica. Os contratos com vencimento em dezembro encerraram o dia em alta de 3,84%, cotados a US$ 3,1405 por libra-peso.
 

De acordo com Vicente Zotti, sócio da Pine Agronegócios, as geadas que atingiram regiões produtoras do Brasil no último fim de semana foram determinantes para a reação dos preços.
 

"Ainda não dá para quantificar o impacto das geadas, mas ela atingiu uma área maior do que era esperado anteriormente. As previsões indicavam que o fenômeno poderia alcançar apenas áreas de baixada, mas ela [a geada] acabou subindo e foi vista em regiões mais altas, de 900 metros de altitude", afirmou Zotti.
 

Fernando Maximiliano, analista da StoneX, destacou que o mercado foi surpreendido, já que normalmente esse tipo de evento ocorre em julho. As temperaturas mais baixas também chamaram atenção e contribuíram para a disparada nas cotações.
 

"O modelo de clima europeu previa mínimas de 8,4 °C em Patrocínio (MG) para a madrugada desta segunda, mas a temperatura bateu 0,4 °C. Ainda assim, pelos relatos recebidos de produtores, percebemos que foi uma geada espaçada e de fraca intensidade", disse o analista, acrescentando que ainda não é possível confirmar perdas na produção.
 

Zotti reforçou que ainda é prematuro falar em queda na próxima safra brasileira, mas ressaltou: "Ao considerar as imagens e as análises que nós temos até agora, as áreas atingidas pelas geadas certamente vão sofrer na safra do ano que vem".
 

Cacau

O mercado de cacau também registrou avanço expressivo, impulsionado por preocupações com o clima em importantes polos produtores. Os contratos para dezembro subiram 5,84%, para US$ 8.444 por tonelada.

 

Segundo boletim da Barchart, as cotações em Nova York alcançaram o maior valor das últimas seis semanas, em meio à persistência de clima seco no oeste africano — região responsável por cerca de 70% da produção mundial de cacau.
 

Relatórios meteorológicos apontam que, na safra 2024/25, a precipitação na Costa do Marfim e em Gana continua abaixo da média histórica de 30 anos. A Barchart alerta que essa combinação de baixa umidade e temperaturas elevadas pode afetar o desenvolvimento das vagens para a colheita principal do ciclo 2025/26, previsto para iniciar em outubro.
 

Suco de laranja

O suco de laranja concentrado e congelado (FCOJ) manteve-se em alta na Bolsa de Nova York, mesmo após o avanço de quase 5% no pregão anterior. Nesta sessão, os contratos para novembro subiram 5,39%, fechando a US$ 2,4920 por libra-peso.

Açúcar e algodão

No mercado americano, o açúcar com entrega em outubro encerrou com ganho de 1,48%, a 16,49 centavos de dólar por libra-peso. Já o algodão para dezembro teve leve alta de 0,24%, cotado a 66,76 centavos de dólar por libra-peso.

 

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