Pecuaristas americanos celebram tarifa contra carne brasileira e pedem proibição total

Associação Nacional de Pecuaristas dos EUA defende suspensão completa das importações, alegando "falta abismal de responsabilidade" do Brasil em saúde animal e segurança alimentar.

- Da Redação, com CNN Brasil
23/07/2025 09h28 - Atualizado há 13 horas

Em meio à preocupação com as tarifas anunciadas pelos Estados Unidos sobre a carne bovina brasileira, um setor nos EUA comemora a medida e vai além: a Associação Nacional de Pecuaristas dos Estados Unidos (NCBA) defende a suspensão total da entrada de produtos brasileiros no país.

Em declaração à CNN, a NCBA, que representa os pecuaristas americanos há mais de um século, afirmou: "A Associação Nacional de Pecuaristas dos Estados Unidos (NCBA) apoia firmemente o plano do presidente Trump de impor ao Brasil uma tarifa de 50%". A entidade acrescentou que "há muitos anos defende a suspensão total da carne bovina brasileira importada" e que "uma tarifa de 50% é um bom começo, mas precisamos suspender as importações de carne bovina do Brasil para que possamos conduzir uma auditoria completa".

A NCBA acusa os produtores brasileiros de ter uma "abismal falta de responsabilidade em relação à saúde do gado e à segurança alimentar", citando especificamente casos da Encefalopatia Espongiforme Bovina (EEB), conhecida como doença da vaca louca. Eles alegam que a "falha do Brasil em reportar casos atípicos de EEB e seu histórico de febre aftosa são uma grande preocupação para os produtores de gado dos EUA".
 

O governo brasileiro refuta as afirmações dos pecuaristas americanos. O Ministério da Agricultura destaca que o Brasil nunca teve um “caso clássico” do mal da vaca louca, que é quando a doença ocorre pela ingestão de alimentos contaminados. Os seis casos atípicos registrados no Brasil são de ocorrência espontânea, resultado de mutações da proteína, geralmente ligadas à idade avançada do animal e sem relação com a ingestão de alimentos contaminados. "Assim, o Brasil mantém o reconhecimento pela OMSA [Organização Mundial de Saúde Animal] como país de risco insignificante para a doença desde 2012", afirma o Ministério.

 

 

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