Setor produtivo brasileiro reage com preocupação ao “tarifaço” de Trump

CNI e entidades do agro temem prejuízos para indústria, emprego e competitividade

- Da Redação, com Agência Brasil
10/07/2025 09h09 - Atualizado há 10 horas
Setor produtivo brasileiro reage com preocupação ao “tarifaço” de Trump
Foto: Divulgação/Porto de Santos

A decisão do governo de Donald Trump de impor uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros foi recebida com forte preocupação pelo setor produtivo do Brasil. Entidades da indústria e do agronegócio afirmam que a medida ameaça exportações, fragiliza a economia nacional e pode desencadear efeitos negativos para consumidores dos dois países.
 

Para a Confederação Nacional da Indústria (CNI), não há justificativa econômica que sustente o aumento tão expressivo das tarifas. “Os impactos podem ser graves para nossa indústria, muito interligada ao sistema produtivo americano. É hora de intensificar o diálogo para reverter essa decisão”, disse Ricardo Alban, presidente da CNI, que defendeu uma comunicação “construtiva e contínua” entre os governos.
 

No agronegócio, a Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec) alertou que a tarifa torna o custo da carne brasileira inviável para o mercado norte-americano. “É essencial que questões geopolíticas não se tornem barreiras ao abastecimento global e à segurança alimentar”, destacou a entidade, reiterando disposição para contribuir com o diálogo.
 

A Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) também se posicionou, classificando a medida como um sinal de alerta para as relações comerciais e políticas. “Essa nova alíquota impacta diretamente o agronegócio, o câmbio e o custo de insumos, afetando a competitividade das exportações brasileiras”, disse em nota. Para a FPA, é momento de “cautela, diplomacia afiada e presença ativa do Brasil na mesa de negociações”.
 

Já a Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB) afirmou ter recebido o anúncio com “surpresa e indignação”, considerando-o uma sanção política com grande impacto econômico. “É uma das maiores taxações já impostas na história do comércio internacional, normalmente reservada aos piores inimigos — o que nunca foi o caso do Brasil”, disse José Augusto de Castro, presidente-executivo da entidade.

 

 


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