O Plano Safra 2025/2026, anunciado na última terça-feira (1º) pelo governo federal, é visto como o mais caro da história, com juros altos e redução de recursos estratégicos. Segundo Maurício Buffon, presidente da Aprosoja Brasil, os produtores médios pagarão entre 8,5% e 12,5% ao ano nos financiamentos para investimento, enquanto grandes produtores poderão ter taxas de até 13,5%. No custeio, os juros saltaram para 10% no Pronamp e 14% para os maiores.
Outro ponto crítico foi a queda nos recursos para equalização das taxas, que passaram de R$ 5,6 bilhões para R$ 3,9 bilhões, uma redução de 32%. Com a Selic em 15%, o Brasil passa a ter um dos financiamentos agrícolas mais caros do mundo. O Seguro Rural também sofreu cortes: do orçamento de R$ 1,06 bilhão, R$ 445 milhões foram bloqueados, reduzindo o programa em 42%.
Para Buffon, o cenário ameaça a produtividade. “Menos investimentos resultam em menos alimentos, e quem paga a conta será a população, com preços mais altos nos supermercados”, alertou. Ele atribuiu o quadro à política fiscal do governo, que pressiona os juros e compromete a eficiência dos recursos destinados ao agro.