Aprosoja MT aponta moratória da soja como risco à segurança alimentar internacional

Presidente da entidade afirma que restrições podem comprometer abastecimento global e aprofundar desigualdades

- Da Redação, com Canal Rural
03/07/2025 09h35 - Atualizado há 15 horas
Aprosoja MT aponta moratória da soja como risco à segurança alimentar internacional
Foto: reprodução

O presidente da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja MT), Lucas Costa Beber, afirmou na quarta-feira (2), durante o XIII Fórum Internacional de Lisboa, que a Moratória da Soja representa um risco direto à segurança alimentar internacional.

 

Ele participou do painel “Agronegócio e Segurança Alimentar Global: Desafios para a Cooperação” ao lado do governador Mauro Mendes, da deputada estadual Janaína Riva e do professor Marco Marrafon, destacando que a medida imposta por grandes empresas compradoras prejudica a produção, limita a oferta global e impacta diretamente o abastecimento de alimentos.

Beber apresentou dados que revelam a força do agronegócio de Mato Grosso, que elevou sua área de soja de 9,6 milhões para 13 milhões de hectares desde 2019, e de milho de 4,5 para 7,2 milhões. A previsão é colher este ano 50 milhões de toneladas de soja e 51 milhões de milho. Mesmo assim, a Moratória afeta 2,7 milhões de hectares em 85 municípios e retira cerca de R$ 20 bilhões da economia local. Segundo ele, 127 câmaras municipais e mais de 100 prefeituras já se posicionaram contra a medida.

Além das ações judiciais no Cade e na Justiça brasileira, com pedido de R$ 1,1 bilhão por danos morais e ressarcimento por prejuízos de mais de duas décadas, a Aprosoja alerta para impactos sociais, como o agravamento das desigualdades regionais. Beber disse que a Moratória ignora o Código Florestal Brasileiro e que Mato Grosso preserva 64% de seu território, enquanto os Estados Unidos, maior produtor mundial, preservam menos de 20%.

O governador Mauro Mendes ressaltou que Mato Grosso garante segurança alimentar global ao mesmo tempo em que mantém mais de 60% de área preservada, lembrando que historicamente disputas por alimentos causaram conflitos. Ao final, Beber sugeriu que empresas usem protocolos de segregação e rastreabilidade, ao invés de restringir produção. “O Brasil alimenta mais de um bilhão de pessoas, e a moratória é um entrave para o mundo”, concluiu.

 

 


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