04/10/2021 às 11h39min - Atualizada em 04/10/2021 às 11h41min

Em 8 meses inflação chega aos 5,04% e mercado crê que ela fecha 2021 em 8,51%

Pela vigésima sexta semana consecutiva o mercado financeiro prevê aumento da inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), a inflação oficial do país. Segundo o Boletim Focus, do Banco Central, divulgado nesta segunda-feira (4) ela passará dos 8,45% previstos na semana passada para 8,51%. Esse número será alcançado em dezembro de 2021. O Banco Central coleta os dados junto aos principais indicadores econômicos.

Ainda assim, para o ano que vem, o BC mantém previsão 4,14%, para 2023, 3,25% e para 2024, 3%. O mercado faz previsões mais modestas.

No último agosto, o país teve a maior inflação para este mês desde o ano 2000, segundo informações do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) agosto. Os números foram puxados pelo preço do combustível.

Em 2021, portanto, a inflação acumulada nos primeiros 8 meses do ano acumula altas de 5,67% no ano, e de 9,68% se levarmos em consideração os números de agosto do ano passado até agosto desse ano. Antes, em 12 meses, a maior inflação foi em 2016, quando bateu em 10,36%.

A inflação de setembro será divulgada pelo IBGE na sexta-feira (8), mas o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo – 15 (IPCA-15), que mede a prévia da inflação oficial, registrou índice de 1,14% no mês, a maior taxa do IPCA-15 para um mês de setembro desde 1994 (1,42%).

A previsão para 2021 está acima da meta de inflação que deve ser perseguida pelo BC. A meta, definida pelo Conselho Monetário Nacional, é de 3,75% para este ano, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Ou seja, o limite inferior é 2,25% e o superior de 5,25%. Para 2022 e 2023 as metas são 3,5% e 3,25%, respectivamente, com o mesmo intervalo de tolerância.


Taxa de juros

Para alcançar a meta de inflação, o Banco Central usa como principal instrumento a taxa básica de juros, a Selic, que foi elevada neste mês de 5,25% ao ano para 6,25% ao ano pelo Comitê de Política Monetária (Copom). Ao anunciar a decisão, o Copom já sinalizou que pretende elevar a Selic em mais um ponto percentual na próxima reunião, marcada para o fim de outubro.

As projeções do BC para a inflação também estão ligeiramente acima da meta para 2022 e ao redor da meta para 2023. Isso reforça a decisão da autarquia de manter a política contracionista de elevação dos juros.

Para o mercado financeiro, a expectativa é de que a Selic encerre 2021 em 8,25% ao ano, mesma projeção da semana passada. Para o fim de 2022, a estimativa é de que a taxa básica suba para 8,5% ao ano. E para 2023 e 2024, a previsão é 6,75% e 6,5% ao ano, respectivamente.

Quando o Copom aumenta a taxa básica de juros, a finalidade é conter a demanda aquecida, e isso causa reflexos nos preços porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança. Desse modo, taxas mais altas também podem dificultar a recuperação da economia. Além disso, os bancos consideram outros fatores na hora de definir os juros cobrados dos consumidores, como risco de inadimplência, lucro e despesas administrativas.

Quando o Copom reduz a Selic, a tendência é de que o crédito fique mais barato, com incentivo à produção e ao consumo, reduzindo o controle da inflação e estimulando a atividade econômica.


PIB e câmbio

As instituições financeiras consultadas pelo BC mantiveram a projeção para o crescimento da economia brasileira este ano em 5,04%. Para 2022, a expectativa para Produto Interno Bruto (PIB) - a soma de todos os bens e serviços produzidos no país - é de crescimento de 1,57%. Em 2023 e 2024, o mercado financeiro projeta expansão do PIB em 2,2% e 2,5%, respectivamente.

A expectativa para a cotação do dólar também se manteve em R$ 5,20 para o final deste ano. Para o fim de 2022, a previsão é de que a moeda americana fique em R$ 5,25.


Da Redação, com Agência Brasil.


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