A produção brasileira de algodão na safra 2024/2025 foi revista para baixo pela consultoria StoneX, que agora estima 3,85 milhões de toneladas de pluma. O novo balanço, divulgado nesta quarta-feira (25), representa um recuo de 0,7% em relação à projeção anterior.
O principal motivo para o corte foi a deterioração das condições das lavouras na Bahia, onde o clima mais seco em março, seguido por chuvas nas vésperas da colheita, impactou negativamente a qualidade da pluma.
De acordo com o analista de Inteligência de Mercado da StoneX, Raphael Bulascoschi, a umidade no final do ciclo afetou especialmente o terço inferior das plantas, causando queda de capulhos em determinadas regiões. A consequência foi uma das menores produtividades dos últimos anos no estado, com média de 1,77 tonelada por hectare. A Bahia é uma das principais regiões produtoras do país, e os resultados abaixo do esperado provocaram o ajuste nas projeções nacionais.
No entanto, a situação em Mato Grosso segue mais positiva. O estado apresenta bom desenvolvimento vegetativo, favorecido por chuvas que se estenderam por períodos normalmente mais secos. Apesar disso, a persistência do clima úmido em junho levanta preocupações quanto à colheita e à qualidade da fibra. A consultoria optou por manter a estimativa de produtividade no estado até que a colheita avance o suficiente para permitir uma avaliação mais precisa.
No campo das exportações, embora o ritmo tenha sido mais lento nas últimas semanas, a previsão para os embarques brasileiros de algodão segue em 2,9 milhões de toneladas. A expectativa é de retomada dos volumes no segundo semestre, com a entrada da nova safra no mercado. Contudo, o cenário internacional continua desafiador, com uma demanda global ainda fraca e o real valorizado frente ao dólar, o que prejudica a competitividade do produto brasileiro.
Internamente, a StoneX também reduziu sua estimativa de consumo de algodão para 700 mil toneladas. O mercado doméstico enfrenta dificuldades para absorver a produção, em um ambiente de demanda ainda morna. Com isso, mesmo com queda na produção e no consumo, os estoques finais devem se manter estáveis em cerca de 2,7 milhões de toneladas.
