O governo federal anunciou nesta terça-feira (3) um investimento de R$ 825,7 milhões do Fundo Amazônia para fortalecer a fiscalização ambiental na Amazônia Legal. Os recursos, que serão destinados ao Ibama ao longo dos próximos cinco anos, visam modernizar a estrutura de combate ao desmatamento ilegal, com aquisição de tecnologias de ponta e ampliação da presença do Estado na floresta.
Entre as ações previstas estão a compra de helicópteros de grande porte com proteção balística, drones de alta tecnologia, além da construção de bases aéreas e helipontos estratégicos. O anúncio foi feito pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante cerimônia no Palácio do Planalto em celebração ao Dia Mundial do Meio Ambiente, que será comemorado nesta quinta-feira (5).
A ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, destacou que os recursos são resultado direto das políticas de combate ao desmatamento. “Já evitamos lançar na atmosfera 450 milhões de toneladas de CO2. Isso dobrou os recursos do Fundo Amazônia, que agora voltam ao Ibama para garantir mais tecnologia e eficiência no combate aos crimes ambientais”, afirmou.
O presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, também participou do evento. O banco é responsável pela gestão do fundo.
Durante a cerimônia, o presidente Lula assinou decretos que criam três novas unidades de conservação federais: duas no Paraná e uma no Espírito Santo. A Área de Proteção Ambiental (APA) da Foz do Rio Doce, com mais de 45 mil hectares, foi criada como parte da reparação ambiental pelo rompimento da barragem de Fundão, em Mariana (MG), em 2015. A unidade abrange áreas terrestres e marinhas afetadas pelo desastre e abriga espécies ameaçadas como a tartaruga-de-couro, o mero e a toninha.
No Paraná, foram criadas as Reservas de Desenvolvimento Sustentável Faxinal São Roquinho e Faxinal Bom Retiro, no município de Pinhão. As áreas têm como objetivo preservar a floresta de araucária e garantir os modos de vida dos povos faxinalenses, comunidades tradicionais que criam animais soltos em áreas coletivas.
O governo também formalizou novas políticas públicas ambientais, como a Estratégia Nacional de Conservação da Biodiversidade, um plano específico para proteção de recifes de coral e a redefinição dos limites do Parque Nacional Saint-Hilaire/Lange, no Paraná.
Para Marina Silva, os decretos representam “um reposicionamento histórico na proteção ambiental”, principalmente após tragédias como a de Mariana. Segundo ela, a integração entre preservação ambiental e respeito aos modos de vida tradicionais é fundamental para o sucesso da política ambiental brasileira.