O presidente Jair Bolsonaro anunciou nesta terça-feira (20) que encaminhou ao Senado mensagem propondo a recondução de Augusto Aras ao cargo de procurador-geral da República (PGR).
"Encaminhei ao Senado Federal mensagem na qual proponho a recondução ao cargo de Procurador-Geral da República o Sr. Antônio Augusto Aras", escreveu o presidente em sua conta pessoal no Twitter.
Ao fazer o anúncio, Bolsonaro se adianta cerca de dois meses ao fim do mandato de Aras, que expira em setembro.
Criticado por um suposto alinhamento excessivo ao governo, Aras terá que passar por nova sabatina no Senado. Ele era cotado para a indicação de Bolsonaro à cadeira vaga no Supremo Tribunal Federal (STF) aberta com a aposentadoria de Marco Aurélio Mello, no último dia 12.
Segundo relatos, Aras contava com a simpatia de boa parte dos senadores, que sabatinam os ministros. Entretanto, o presidente preferiu cumprir uma promessa de campanha feita aos líderes de igrejas neopentecostais e indicou o "terrivelmente evangélico" André Mendonça, atual advogado-geral da União. O AGU enfrenta resistências no Senado, e o governo trabalha para derrubá-las.
Ao recomendar a recondução de Aras, Bolsonaro deixa de considerar a lista tríplice, com os nomes mais votados para o cargo em eleição da Associação Nacional dos Procuradores da República. Neste ano, os mais votados foram as subprocuradores-gerais Luiza Frischeisen, Mario Bonsaglia e Nicolao Dino.
Seguir a lista tríplice, compreendida como uma maneira de assegurar a independência de atuação da PGR, não é obrigatório, mas foi uma tradição entre os anos de 2003 e 2017. Com Bolsonaro, a praxe foi dispensada, já que em sua primeira indicação escolheu Aras, que não integrava a lista naquela ocasião.
Aras afirmou, em nota, sentir-se "honrado" por ficar no cargo ao longo de mais um biênio.
"Honrado com a recondução para o cargo de procurador-geral da República, reafirmo meu compromisso de bem e fielmente cumprir a Constituição e as Leis do País”, disse o procurador-geral.