A confiança do comerciante brasileiro na economia do país caiu 0,4% após três altas seguidas, mostra pesquisa do Índice de Confiança do Empresário do Comércio (Icec), divulgado nesta terça-feira (21) pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e turismo (CNC). Mesmo com tendência de queda, a confiança ficou em 119,3 pontos, uma situação confortável uma vez que o número que indica pessimismo é abaixo de 100 pontos.
A Confederação afirma que a queda acontece depois de uma alta de 30,7% no acumulado até junho. Ao comparar com o mesmo período do ano passado, a alta ainda é de 30,2%, informa a Agência Brasil.
O presidente da CNC, José Roberto Tadros, diz que os dados reforçam a ideia de recuperação, mas vê problemas a serem enfrentados. “A queda da confiança empresarial pode estar associada à pressão sobre os custos da alta dos combustíveis, do aumento da tarifa de energia elétrica e por conta da crise hídrica, além de refletir as expectativas com relação aos efeitos da inflação sobre o consumo”, diz.
Nesta pesquisa, todos os componentes medidos pelo Icen caíram. Foi a primeira vez desde abril. Naquele mês, a queda foi de 6,4%. Ainda assim, a CNC aponta que, mesmo com a queda de 0,9% no indicador que avalia as expectativas do empresário, ele permanece dentro da região de satisfação, com 153,9 pontos.
A Agência Brasil destaca que “o indicador que avalia as intenções de investimentos caiu 0,7%, ficando em 104,2, também na região de satisfação. O único sub índice que ficou abaixo foi o que analisa as condições atuais do empresário, que chegou a 99,7 pontos com a queda de 0,3%”.
Para a economista da CNC, Izis Ferreira, consultada pela Agência, a queda não pode ser interpretada como uma tendência, já que o avanço da vacinação contra a covid-19 aponta redução da pandemia.
“Pode estar associada a uma relativa acomodação empresarial causada pelo crescimento anterior. Fatores como inflação, desemprego e possibilidade de aumento dos juros também podem ter contribuído para a deterioração das expectativas em geral”.
De acordo com ela, a aproximação do Dia das Crianças, comemorado em 12 de outubro e historicamente uma data importante para o varejo, deve ajudar a equilibrar a desconfiança evidenciada nesse mês.
Da Redação.