Os preços do açúcar fecharam a quinta-feira (24) em leve queda na Bolsa de Nova Iorque, com variações mistas em Londres. Mesmo com a valorização do real frente ao dólar, o mercado foi pressionado pelas projeções otimistas para a produção brasileira na safra 2025/26.
Segundo o Serviço Agrícola Externo (FAS) do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), a produção de açúcar no Brasil deve crescer 2,3%, passando de 43,7 para 44,7 milhões de toneladas. A estimativa é sustentada pelo aumento na capacidade de cristalização das usinas, maior volume de matéria-prima e um mix de produção mais voltado ao açúcar.
Com esse cenário, a previsão é de que o Brasil aumente suas exportações mesmo diante das incertezas no mercado de commodities e da volatilidade internacional. O crescimento da oferta, no entanto, ajuda a puxar os preços para baixo.
Outro fator que pesa sobre as cotações é a preocupação com a demanda global. A tensão comercial entre grandes economias levanta dúvidas sobre o crescimento econômico e pode gerar impacto no consumo de açúcar, especialmente se tarifas elevarem o preço final ao consumidor.
Na Europa, a perspectiva também não é animadora. A Tereos, uma das maiores produtoras globais de açúcar, estimou uma redução de 9% na área plantada com beterraba para a próxima temporada. Segundo a empresa, a queda dos preços no bloco europeu está desestimulando o cultivo. A projeção foi apresentada pelo diretor comercial da Tereos, David Souriau, durante conferência da S&P Global em Genebra.
No fechamento de Nova Iorque, o contrato de açúcar bruto para maio/25 recuou 0,11%, a 17,92 cents por libra-peso. O julho/25 caiu 0,17%, cotado a 17,85 cents. Já o outubro/25 desvalorizou 0,28%, indo a 17,98 cents, enquanto o março/26 fechou a 18,35 cents, com baixa de 0,33%.
Na Bolsa de Londres, o contrato de açúcar branco para agosto/25 subiu 0,24%, sendo negociado a US$ 504,50 por tonelada. O outubro/25 caiu 0,08%, para US$ 496,00. O dezembro/25 perdeu 0,32%, chegando a US$ 493,10, e o março/26 teve redução de 0,46%, cotado a US$ 494,50 por tonelada.