A Casa Branca confirmou nesta terça-feira (1º) que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, seguirá com a imposição de novas tarifas comerciais, intensificando a guerra comercial global. O anúncio oficial está previsto para esta quarta-feira (2), às 17h (horário de Brasília), em um evento no Rose Garden.
Apesar da confirmação, ainda não foram divulgados detalhes sobre a extensão das tarifas. A porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, afirmou que as medidas entrarão em vigor imediatamente, incluindo tarifas recíprocas sobre países que impõem barreiras aos produtos norte-americanos e uma taxa de 25% sobre importações de veículos, válida a partir de 3 de abril.
Efeitos no comércio global
A decisão gerou reações imediatas entre os parceiros comerciais dos EUA. O Canadá já prometeu retaliar, com o primeiro-ministro Mark Carney garantindo que não deixará os produtores e trabalhadores canadenses em desvantagem. Empresas norte-americanas relatam dificuldades para exportar ao país vizinho, em meio ao movimento “Buy Canadian” (Compre Canadense).
Outros países também avaliam contramedidas, enquanto tentam negociar isenções com Washington. Ainda não está claro se esses esforços serão suficientes para evitar a implementação das tarifas, mas fontes próximas ao governo indicam que Trump pode rever as medidas nas próximas semanas.
O governo norte-americano argumenta que as tarifas são necessárias para corrigir o déficit comercial, que ultrapassa US$ 1,2 trilhão. No entanto, economistas alertam que a medida pode encarecer produtos, prejudicar o comércio global e impactar diretamente os consumidores. Um estudo da Universidade de Yale estima que uma tarifa de 20% poderá aumentar os gastos médios das famílias norte-americanas em pelo menos US$ 3.400 por ano.
O nervosismo com a política comercial de Trump já se reflete no mercado financeiro. Desde meados de fevereiro, investidores vêm se desfazendo de ações, resultando em uma perda de quase US$ 5 trilhões no valor do mercado acionário dos EUA.
