Governo brasileiro negocia com EUA para rever tarifas sobre aço e alumínio

Vice-presidente Geraldo Alckmin destaca importância do diálogo para evitar impactos negativos na economia

- Da Redação, com Safras & Mercado
18/03/2025 10h03 - Atualizado há 2 semanas
Governo brasileiro negocia com EUA para rever tarifas sobre aço e alumínio
Foto: reprodução

O governo brasileiro intensificou as negociações com os Estados Unidos para discutir as sobretaxas impostas ao aço e alumínio exportados pelo Brasil. O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, afirmou na segunda-feira (17) que tem mantido diálogo com representantes do governo norte-americano em busca de uma solução para a questão tarifária.
 

“O Brasil não é um problema para os Estados Unidos, pois eles têm superávit comercial conosco, tanto em bens quanto, principalmente, em serviços. Além disso, em dez dos produtos mais exportados pelos EUA para o Brasil, oito possuem alíquota zero, sem imposto de importação”, destacou Alckmin, após reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o presidente da Associação Nacional de Fabricantes de Produtos Eletroeletrônicos (Eletros), Jorge Nascimento, em Brasília.
 

Segundo o ministro, o governo brasileiro optou por conduzir as negociações por meio do Acordo de Comércio e Cooperação Econômica (Atec), mecanismo que facilita parcerias econômicas entre os dois países. A primeira reunião técnica foi realizada na última sexta-feira (14), e novos encontros estão programados. "O caminho é o do diálogo, buscando uma solução que beneficie ambos os lados", ressaltou Alckmin.
 

A sobretaxa de 25% sobre o aço e o alumínio brasileiro, confirmada pelo governo norte-americano na última quarta-feira (11), preocupa empresários do setor. O presidente da Eletros, Jorge Nascimento, afirmou que a entidade está em contato com o governo para encontrar alternativas que minimizem os impactos da medida.
 

Crescimento da Indústria Eletroeletrônica
 

Apesar das incertezas no comércio internacional, o setor eletroeletrônico brasileiro registrou um crescimento expressivo em 2024. Segundo dados da Eletros, foram vendidos ao varejo 117,7 milhões de aparelhos, um aumento de 29% em relação a 2023, marcando o melhor desempenho da última década.
 

Durante a apresentação dos números ao governo, Alckmin brincou: “A boa notícia não sai só do forno. Ela sai da geladeira, da TV, da air fryer e do ventilador”, fazendo referência ao crescimento expressivo nas vendas de eletrodomésticos.
 

O desempenho do setor foi impulsionado pelo crescimento de 3,4% da economia em 2024, aumento real dos salários e políticas de estímulo à indústria, como a Nova Indústria Brasil e incentivos para modernização de equipamentos.
 

A Eletros estima investimentos de R$ 5 bilhões no setor até 2027 e projeta crescimento entre 8% e 10% no próximo ano, dependendo das condições econômicas. A indústria também aposta em avanços na eficiência energética, modernização das linhas de produção e incentivos à exportação.
 

“O setor está focado em superar desafios e fortalecer a indústria nacional, trabalhando em parceria com o governo para garantir competitividade e inovação”, concluiu Jorge Nascimento.

 

 


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