Bolsa fecha em queda e dólar sobe com temores sobre política tarifária de Trump

Aversão ao risco global e incertezas sobre tarifas dos EUA afetam o mercado financeiro

- Da Redação, com Safras & Mercado
11/03/2025 09h18 - Atualizado há 1 dia
Bolsa fecha em queda e dólar sobe com temores sobre política tarifária de Trump
Foto: Reprodução

A Bolsa brasileira (Ibovespa) encerrou o pregão desta segunda-feira (10) com uma queda moderada, em linha com o movimento de aversão ao risco observado globalmente. O principal índice da B3 recuou 0,41%, atingindo 124.519,38 pontos, enquanto o Ibovespa futuro com vencimento em abril caiu 0,59%. A queda foi menor do que a registrada pelos índices norte-americanos, mas a cautela dos investidores diante da incerteza sobre as políticas econômicas de Donald Trump trouxe um clima de pessimismo para o mercado. Das 87 ações da carteira teórica do Ibovespa, menos de 20 apresentaram alta.

Entre as ações que se destacaram positivamente, Magazine Luiza liderou os ganhos, subindo 4,96%, impulsionada pela unificação das vice-presidências de plataforma e negócios. A seguir, Asai teve alta de 3,97%. Por outro lado, a Vale teve queda de 1,60%, refletindo a instabilidade que afetou as grandes empresas.

O especialista Gabriel Cecco, da Valor Investimentos, explicou que a queda do Ibovespa está relacionada à preocupação com as perspectivas econômicas dos Estados Unidos, agravadas por um cenário de incertezas em relação às tarifas comerciais de Trump. Empresas como Vale, Petrobras e os principais bancos tiveram perdas significativas. O BTG Pactual, entretanto, manteve sua recomendação de compra para a Petrobras, confiando no restabelecimento dos investimentos.

Apesar das perdas, a recomendação de compra do JP Morgan para a bolsa brasileira ajudou a limitar a queda do Ibovespa, conforme apontou o gestor de renda variável Ubirajara Silva. Contudo, Vicente Matheus Zuffo, fundador da Chess Capital, alertou que as próximas medidas do governo Trump criam um ambiente de incerteza, o que gera aversão ao risco global. O analista Nicolas Farto, da Vértiq Invest, também ressaltou que o mercado externo, especialmente o norte-americano, está influenciando diretamente o comportamento da Bolsa brasileira.

No mercado cambial, o dólar comercial fechou em alta de 1,13%, cotado a R$ 5,8545. A moeda norte-americana subiu ao longo da sessão, refletindo a apreensão do mercado em relação às possíveis ações protecionistas de Trump e à divulgação do índice de preços ao consumidor (CPI), prevista para quarta-feira (12). A economista-chefe da Ouribank, Cristiane Quartaroli, destacou que o movimento de aversão ao risco é global, com uma crescente cautela em relação aos impactos econômicos das tarifas e a possibilidade de recessão nos EUA.

Além disso, os contratos futuros de Depósitos Interfinanceiros (DIs) também registraram alta no fim da tarde, após passarem boa parte do dia em queda. As taxas dos DIs para os próximos anos subiram refletindo a valorização do dólar. No exterior, os índices de ações dos Estados Unidos fecharam em forte queda, intensificando as perdas das últimas semanas, com os investidores cada vez mais preocupados com o impacto das incertezas políticas na economia global.


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