Após reunião com representantes do setor produtivo nesta quinta-feira (6), o governo anunciou medidas para reduzir os preços dos alimentos aos consumidores. Em coletiva, o vice-presidente Geraldo Alckmin, acompanhado do ministro da Agricultura e Pecuária (Mapa), Carlos Fávaro, ressaltou que itens como café, açúcar, milho, óleo de girassol, óleo de palma, sardinha e massas alimentícias passarão a ter alíquota de importação zerada.
Segundo o vice-presidente, as medidas precisam ser aprovadas pela Câmara de Comércio Exterior (Camex) e devem entrar em vigor “em poucos dias”, fazendo parte de um conjunto de futuras ações. “O governo está abrindo mão de imposto em favor da redução de preço”, afirmou.
Dessa forma, a União deixará de arrecadar alíquotas de 10,8% para a carne, 9% para o café, 14% para o açúcar e 7,2% para o milho. Alckmin destacou que o imposto de exportação dos produtos do agronegócio – tema que gerou grande preocupação no setor e levou à ameaça de demissão de Fávaro – não foi abordado.
A alta dos preços dos alimentos tem sido uma grande preocupação do governo Lula nos últimos meses, e pesquisas de opinião indicam uma queda significativa na popularidade do presidente.
Inspeção de produtos de origem animal
Além de eliminar a alíquota de importação dos produtos, o governo anunciou outras medidas, como a ampliação do Sistema Brasileiro de Inspeção de Produtos de Origem Animal (SISBI-POA). Essa iniciativa permitirá que leite, mel, ovos e carnes inspecionados em municípios e estados sejam vendidos em todo o país.
De acordo com Fávaro, a meta é aumentar o número de registros no sistema, passando de 1.550 para 3.000, o que pode promover maior competitividade e redução de custos no setor de proteína animal.
Alckmin também ressaltou que os financiamentos do Plano Safra deverão priorizar a produção de itens da cesta básica, incentivando especialmente os produtores rurais que abastecem o mercado interno.
Por fim, o governo anunciou, nesta primeira rodada de medidas, que pretende assegurar a oferta e a estabilidade dos produtos, reforçando os estoques públicos de alimentos básicos com o objetivo de conter a alta de preços em momentos críticos.
