O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) encerrou 2024 com um lucro recorde de R$ 26,4 bilhões, representando um crescimento de 20,5% em relação ao ano anterior. O resultado, divulgado nesta terça-feira (25), reflete a maior injeção de crédito da história da instituição, com aprovações e garantias que totalizaram R$ 276,5 bilhões.
Com esse desempenho, o BNDES alcançou a maior carteira de crédito desde 2017, atingindo R$ 584,8 bilhões. Além disso, a inadimplência do banco atingiu o menor índice do sistema financeiro nacional, ficando em apenas 0,001%.
Os dados apresentados na sede do BNDES, no Rio de Janeiro, apontam que 2024 foi um ano de forte crescimento na demanda por crédito, considerando tanto operações diretas quanto indiretas – estas últimas realizadas por meio de agentes financeiros que repassam recursos do banco.
“Temos um valor recorde nominal em impacto em créditos da economia de R$ 276,5 bilhões, sendo R$ 63,9 bilhões via fundo garantidor e R$ 212,5 bilhões pelo crédito do BNDES, direto e indireto. É um recorde histórico e um aumento de 81% em relação a 2022”, destacou o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante.
As aprovações de crédito do banco somaram R$ 212,6 bilhões em 2024, um aumento de 22% em relação a 2023 e de 61% frente a 2022. Os setores com maior crescimento foram a indústria, que registrou um aumento de 132% (R$ 52,4 bilhões) frente a 2022; a agropecuária, com crescimento de 92% (R$ 52,3 bilhões) no mesmo período; e o comércio e serviços, que teve alta de 83% (R$ 33,4 bilhões) em relação a 2022.Desde 2018, essa foi a primeira vez que as aprovações na indústria superaram as da agropecuária.
Além das aprovações, o BNDES alavancou mais R$ 63,9 bilhões em crédito por meio da concessão de garantias para micro, pequenas e médias empresas. Essas operações foram viabilizadas através de três modalidades - o Fundo Garantidor de Investimentos Tradicional (BNDES FGI), o Programa Emergencial de Acesso a Crédito (FGI Peac) e o FGI Peac Crédito Solidário RS, este último criado para atender empresas do Rio Grande do Sul afetadas por inundações.
As consultas de crédito ao BNDES somaram R$ 327,7 bilhões em 2024, um aumento de 21% em relação a 2023 e de 127% frente a 2022. Já os desembolsos totalizaram R$ 133,7 bilhões, registrando um crescimento de 17% em comparação a 2023 e 37% frente a 2022.
O presidente Aloizio Mercadante destacou que muitas das operações aprovadas nos últimos anos foram destinadas a projetos de infraestrutura de médio e longo prazo, o que contribui para a meta do banco de atingir 2% do PIB em aprovações até 2026.
“Você não desembolsa na hora que aprova. O processo ocorre em tranches, ao longo da execução do projeto. Se você passar pela Dutra, verá a obra da Serra em andamento. Essa tranche já foi liberada, e depois virá outro pedaço. Nós acompanhamos a obra e fazemos as liberações de forma faseada. Com isso, esperamos atingir 2% do PIB de aprovações até 2026 e 1,5% do PIB de desembolsos”, explicou Mercadante.
