Plano Safra enfrenta desafios fiscais e custos elevados para financiamento

Setor agrícola teme impacto da alta dos juros e restrição orçamentária

- Da Redação, com MoneyTimes
25/02/2025 10h57 - Atualizado há 12 horas

A suspensão temporária das linhas de crédito do Plano Safra 2024/2025 pelo Tesouro Nacional e a liberação emergencial de R$ 4 bilhões por meio de Medida Provisória evidenciam os desafios fiscais do governo para sustentar o financiamento do agronegócio. A incerteza já levanta preocupações sobre a construção do programa para a safra 2025/2026, previsto para ser anunciado entre junho e julho.
 

Segundo Felippe Serigati, pesquisador da FGV Agro, os custos de financiamento para o setor devem aumentar em 2025, impactando investimentos em máquinas, pastagens e insumos. “A taxa Selic está em 13,25%, e os juros futuros indicam 15% para papéis da dívida brasileira com vencimento em dois anos. Isso eleva o custo do crédito, tornando os investimentos mais caros”, afirma.
 

A restrição fiscal também pesa sobre a equalização de juros, um dos principais mecanismos do Plano Safra para viabilizar crédito subsidiado. Com o orçamento mais apertado, há risco de que os recursos destinados ao programa não acompanhem a inflação, reduzindo o impacto real da política de incentivo.
 

Além disso, a taxa de juros de referência dos bancos segue em alta, tornando mais onerosa a estruturação de linhas de crédito acessíveis para os produtores. “O governo enfrenta um problema de ‘cobertor curto’. Há enormes desafios na construção do novo Plano Safra, e a dificuldade de sinalizar como lidará com essa restrição fiscal aumenta ainda mais a pressão sobre as taxas de juros”, conclui Serigati.

 

 

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